Sempre é bom e proveitoso, termos exemplos a nosso dispor para seguirmos nesse labirinto moderno, todo ele permeado por armadilhas de todos os tipos, sejam elas em maior ou menor grau de letalidade, a ambição de tudo se conquistar a qualquer preço voltou a ser a moda da vez, o caos que julgávamos ter desaparecido, eis que ele volta com força total, ele tudo explora, julga que tudo lhe pertence, crê piamente que com a sua desordem pode construir um mundo melhor para todos, ele se acha no direito de deslocar esses ou aqueles daqui para ali e assim por diante; o mundo caótico que se propunha agora a ser o restaurador de tudo, tenta incutir a ideia vaga de que o mundo até agora pouco mudou, triste que os senhores desse “novo mundo” desconheçam a história, não reconheçam os passos que foram dados, não sintam a presença das mulheres nessa caminhada sem igual.
Nossos corações, olhares e mentes se voltam para as mulheres quem estão nesse momento nas frentes de guerras, a todas elas a nossa profunda admiração e respeito, lembramos especialmente as da Ucrânia, Israel e Palestina, o que nossos olhos não viram, o que nossas bocas não falaram, aquilo que a nossa mente não consegue imaginar, essas mulheres imaginam, falam, veem e sentem, vinte e quatro horas por dia. Quem em sã consciência tem coragem de lhes apontar o dedo, fazer um julgamento ou lançar uma crítica por mínima que seja, mulheres de todas as idades, para elas nada para todo o sempre será como antes, perda dos pais, do marido, dos filhos, parentes e amigos, sem contar todas as humilhações e privações, bem como os deslocamentos forçados dia e noite; para muitos imbecis especializados e de mentalidade rasa elas nunca irão passar de meras estatísticas.
Os Herodes da modernidade entregam tudo e todos a quem puder pagar mais pela matança dos inocentes, essa é a triste realidade do nosso momento presente, matar nunca foi tão lucrativo como nos dias atuais, vemos a morte por todos os lados e o mais incrível é que a morte está viva, é a perversão em seu estado mais grotesco, pior do que isso é só vermos os Herodes atuais em seus belos ternos, suas falas empoladas, gabolice sem nexo alguma com a realidade, maldade disfarçada de ajuda humanitária, cinismo maquiado com mais instrumentos de morte, messias em pele de cordeiro, a violência não tem limites quando se trata de colocar o outro de joelho ou mesmo na lama; mas o tempo é senhor e mestre, bem sabemos que os Herodes se terminam, queiram eles ou não, têm prazo de validade, só sendo obrigados temos que uma hora ou outra estudá-los, saber quem foram.
Enquanto os Herodes perdem o brilho mundo afora, todas as mulheres que perderam alguém ou algo nesses tristes conflitos ou ainda que resistem bravamente mesmo que só com as mãos, mesmo que ninguém as reconheçam como heroínas, são mulheres que merecem todo nosso respeito e admiração, que bom seria se conseguíssemos a façanha de colocarmos todas as mulheres, ucranianas, árabes e israelenses, de todas idades, classes e credos, todas juntas e cada uma contasse a sua história de vida para as outras, será que iríamos continuar defendendo esse tipo de sociedade que impera hoje? Em todas elas, apesar do ódio, da maldade da mentira, da desfaçatez e da dissimulação quererem tudo arruinar, vamos perceber em cada uma delas muita fé, uma devoção e um amor único, um sentido sempre maior para a vida, apesar de tudo, há sim nelas a força da resistência.
Bioeticamente, apesar de tantas notícias, informações sem parar o tempo todo, de salvadores da pátria surgirem do nada e se perderem no vazio da insignificância, olhemos melhor para as mulheres, aquelas que fazem parte da nossa vida, conhecidas, anônimas, as de perto, as que estão longe e aquelas que já partiram, em cada uma delas na sua época própria encontramos as conquistas, as falhas, crises, afinal todas foram e continuam sendo humanas, todas as mulheres em todas as fases da vida são confrontadas com a ordem e a desordem, o bom e o mau, alegria e tristeza, é um movimento constante, imparável. Temos muito a aprender das mulheres que perderam o seu chão, daquelas que viram a sua vida ir embora dentro da vida, daquelas mulheres que amam a vida apesar dos infortúnios que as acometem; sermos menos arrogantes, menos sofomaníacos e triviais.
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