Se apenas um judoca nacional estiver entre os 18 mais bem colocados no ranking olímpico, a vaga será dele. Se tiver mais atletas no top 18, mas apenas um entre os 8 (seria cabeça-de-chave) ou a diferença de posições for superior a seis, também garante a classificação. Mas existem algumas categorias nas quais a disputa está embolada, ainda mais às vésperas de um torneio que dá muitos pontos a quem for bem.
Entre os pesados, o duelo será decidido nos detalhes, a menos que um dos atletas vá muito bem no Mundial e o outro vá muito mal. No masculino, Rafael Silva, o Baby, ocupa a sétima posição no ranking olímpico e David Moura está em 11º. A diferença é de 642 pontos, mas a medalha de ouro no Mundial garante 2 mil pontos ao campeão. Então a disputa está aberta. “Eu estou atrás na pontuação e na minha cabeça o Mundial é o que pode mudar tudo”, avisou David.
Caso ele e Baby fiquem em posições próximas e entre os melhores do mundo, outros critérios serão avaliados, como resultados em eventos recentes, vitórias sobre os atletas mais fortes da categoria e retrospecto no confronto direto, entre outros. “Esse é meu último Mundial e quero buscar uma medalha para garantir minha vaga no Japão. Nunca estive tão bem preparado e maduro. Chegou a hora de ganhar outra medalha nesta competição”, afirmou o judoca, que foi medalha de prata no Mundial de 2017.
No feminino, na categoria acima de 78kg, Maria Suelen Altheman está em sexto e Beatriz Souza está em sétimo. A diferença de pontos é mínima, de 428. Dependendo do desempenho de ambas no Mundial, é bem possível que a definição da vaga seja decidida pelos critérios estipulados pela Gestão de Alto Rendimento da CBJ. Outras disputas acirradas em Budapeste serão entre Ketleyn Quadros e Aléxia Castilhos, na categoria até 63kg, e Leonardo Gonçalves e Rafael Buzacarini, na categoria até 100kg.
“Apesar das incertezas e desafios gerados pelo contexto da pandemia, a CBJ, em parceria com o COB, conseguiu oferecer aos atletas condições de treinamento em ambiente controlado em Pindamonhangaba, além de treinamentos de campo com europeus no Kosovo, na Geórgia e na Rússia, onde treinamos com as seleções do Azerbaijão, Japão, Casaquistão e Grécia. Esperamos alcançar nossos objetivos nesse Mundial. Queremos melhorar o ranking das categorias que ainda estão fora da zona de classificação olímpica e definir as disputas internas pelas vagas do Brasil”, avisou Ney Wilson Pereira, gestor de Alto Rendimento da CBJ.
RETORNO – O Mundial de Judô marca ainda a volta de Mayra Aguiar, principal esperança de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos. Ela foi submetida a uma cirurgia no joelho esquerdo em setembro do ano passado, ficou afastada dos tatames, mas agora está de volta. Mesmo sendo ausência em algumas competições, a atleta se manteve na zona de classificação olímpica e tem tudo para melhorar seu ranking no torneio em Budapeste.
A judoca garante que o aspecto emocional pode ser um fator decisivo para se dar bem no Mundial e nos Jogos de Tóquio. “A minha cabeça está muito fortalecida, estou muito bem psicologicamente. E eu sei que esse vai ter que ser o meu diferencial, porque lá na hora, as minhas adversárias vão estar melhor tecnicamente e fisicamente, mas a minha cabeça vai estar melhor”, avisou.
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