Cessar-fogo de Israel e Hamas: o que aconteceu nos 11 dias de conflito em Gaza

Israel e o Hamas chegaram a um cessar-fogo nesta quinta-feira, 20, depois de 11 dias de confronto na Faixa de Gaza. A trégua ocorre depois de forte pressão internacional, liderada pelos Estados Unidos.

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Desde a segunda-feira, 10, ao menos 232 pessoas morreram do lado palestino. Os ataques com foguetes lançados pelos militantes palestinos mataram ao menos 12 israelenses.

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Da origem da tensão ao ápice da violência

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As raízes do atual confronto em Gaza estão numa série de incidentes ocorridos no entorno da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, entre abril e maio. A combinação de operações policiais, ordem de despejo em um bairro palestino de Jerusalém Oriental e uma marcha da extrema direita israelense rumo ao Monte do Templo levou à violência na Cidade Santa em 10 de maio.

No mesmo dia, o Hamas decidiu disparar foguetes contra Israel. Ao contrário dos confrontos anteriores, no entanto, as armas do grupo palestino desta vez pareciam causar mais danos aos israelenses. Alguns foguetes conseguiam driblar o Domo de Ferro, o poderoso sistema de defesa do país, e chegar até Tel-Aviv, antes um alvo impensável. O jornalista Roberto Godoy detalhou o avanço militar do Hamas.

Israel, então, revidou, com pesados ataques à Faixa de Gaza. entre os alvos, a estrutura militar do Hamas e os líderes do grupo palestino. A violência aumentou gradativamente e, no fim de semana, teve seu dia mais sangrento, com 44 mortes. Um prédio que abrigava escritórios da Associated Press e da rede de TV Al-Jazeera foi derrubado após um bombardeio.

Diferentemente de outras crises entre israelenses e palestinos, a atual foi marcada pela tensão em comunidades do país onde árabes e israelenses conviviam em relativa tranquilidade. Saques, linchamentos e ataques com armas brancas tornaram-se comuns, principalmente em Lod, antes considerada um exemplo de civilidade entre os dois povos.

Os dois lados do conflito

Ao longo da semana, a tensão crescia, assim como o número de vítimas. Do lado palestino, o guia turístico Hassan Muamer disse ao Estadão que o atual conflito traz elementos novos à tensão histórica com Israel.

Do outro lado, onde a principal preocupação era a defesa da população contra os foguetes de Israel, os militares estavam de prontidão. Era o caso do brasileiro Henry Tkacz, que recebeu uma ligação do das Forças de Defesa de Israel (IDF), informando que sua presença poderia ser requisitada.

O impacto político

Com o cessar-fogo, que ainda não está definido a duração, os dois lados fazem cálculos políticos, como explicou o colunista Lourival Sant’Anna, e este artigo da Revista Economist. O Hamas conseguiu recuperar parte da credibilidade que havia perdido após anos comandando o enclave. Em Israel, Netanyahu conseguiu mais uma sobrevida política após ter tido sua chance de formar uma coalizão reduzida a zero.

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