Município terá novo estudo do sistema viário

Levantamento é tido como fundamental para identificar intervenções a serem feitas no trânsito de Pato Branco e também a necessidade ou não de instalação de fiscalização eletrônica

Foi em julho deste ano que a temática dos redutores eletrônicos de velocidade voltou a ser debatidos em Pato Branco.

A primeira ocasião, foi quando o Projeto de Lei (PL), encaminhado pelo Executivo ao Legislativo, pedia a autorização de abertura de crédito especial de pouco mais R$ 2,6 milhões para o exercício atual, com o objetivo de reestruturação da frota, aquisição de uma máquina removedora de faixas e instalação de lombadas eletrônicas e fiscalizadores eletrônicos de velocidade.

No entanto, após ter passado em primeira votação na Casa de Leis, o projeto foi retirado da pauta de votação a pedido do próprio Executivo, com a finalidade de elaboração de um novo projeto. Desde então, não voltou para o plenário do Legislativo.

Já em setembro, o Conselho Comunitário de Segurança e o Instituto Regional de Desenvolvimento Econômico e Social (Irdes), realizaram encontro para debater o assunto.

Nesta ocasião, o presidente do conselho de segurança, Edison Luiz Outeiro, que atuou profissionalmente na área de trânsito afirmou que “Sejam elas [lombadas] físicas ou eletrônicas desde que visíveis, para que o cidadão saiba que será fiscalizado, eu acho que é válida para efeitos de educação, e muito mais de prevenção do que repressão.”

Estudo

Passados quase quatro meses da retirada do projeto da Câmara, a diretora do Departamento Municipal de Trânsito (Depatran), Francieli Catusso Tamagno relata que o Município está em fase final de contratação de uma empresa para a atualização do levantamento do sistema viário de Pato Branco.

O último estudo deste porte é de 2015 e apontou uma série de medidas, algumas delas foram implementadas, e outras que serão revistas, ao que Francieli esclarece que “alguns pontos elencados em 2015, devem sofrer alterações, uma vez que ao longo dos anos foram implementados semáforos, lombadas e outras intervenções no trânsito”, contudo, ela já antecipa que uma das inclusões que devem ocorrer são referentes as estradas rurais, principalmente as que receberam pavimentação com asfalto nos últimos anos.

Ainda com relação as estradas rurais, a diretora do Depatran pondera que com a pavimentação, a população residente no interior está aumentando, assim como também vem sendo observado um crescente nos acidentes. “O pessoal acha que por estar no interior, pode abusar da velocidade, não respeita a sinalização de 60, 80 km/h, e com o abuso, acabam acontecendo os acidentes.”

Polêmica

Assegurando que “o principal objetivo do Depatran é a preservação da vida”, quando se fala em medidas que possam coibir acidentes, Francieli destaca estudos que mostram que somados os custos do acidente, resgate, hospitalização, o que a pessoa deixou de produzir durante a sua vida, o valor passa de R$ 3 milhões.

Ela também revela que levantamento do próprio Depatran aponta que em 2020, aproximadamente 20 pessoas morreram no trânsito em Pato Branco, em toda a extensão do município.

“Uma vida salva no trânsito, o investimento que o Município busca para a implantação do sistema de fiscalização eletrônica já se justifica”, pondera ela que admite ser um projeto, motivador de polêmica, até mesmo pelo fato de propor uma alteração no que já está estabelecido culturalmente, ao que ela acrescenta que a intenção é pensando no crescimento do município e questiona. “Por que cidades como Marmeleiro, que é uma cidade menor que Pato Branco tem radar há 20 anos, e os pato-branquenses passam lá e respeitam a velocidade, e se levam alguma autuação porque infringiram a velocidade, pagam e ninguém reclama?”, ao que completa, “quem reclama é a pessoa que não quer cumprir a lei. Não vamos alterar a velocidade que já é estabelecida para a via.”

Ainda defendendo a instalação de dispositivos de fiscalização de velocidade, Francieli faz questão de dar exemplos ouvidos na reunião de setembro, promovida pelo conselho de segurança e Irdes.

Na ocasião equipes de rápida resposta elencaram uma série de dificuldades vivenciadas diariamente no trânsito de Pato Branco. A exemplo, socorristas do Samu, revelaram que a prancha utilizada para os salvamentos é de madeira e com o deslocamento em ruas com muitas lombadas, pode acabar agravando ainda mais a condição clínica do socorrido.

O tempo de deslocamento também foi evidenciado tanto pela equipe de saúde, como de segurança.

Com base em estatísticas de infrações e acidentes, parte da Tocantins é tida como um ponto crítico

Ponto críticos

Francieli evita de falar em pontos de possíveis implantações de sistemas de redução de velocidade e fiscalização eletrônica, sem antes ter em mãos o estudo.

Mas, ela comenta a rotina dos próprios agentes de trânsito, e índices coletados com base em acidentes em todo o perímetro urbano, o que coloca trechos das ruas Tocantins, Itacolomi e Itabira, em uma espécie de classificação como “pontos críticos”, contudo, nem por isso, ela coloca que estas vias receberão fiscalização, novamente advertindo, aguardar o estudo.

Para a diretora do Depatran, população precisa desmistificar a fiscalização eletrônica, “infelizmente tivemos um fato que não foi um episódio legal para Pato Branco, mas não podemos nos ater a um erro do passado, com medo de crescer.”

você pode gostar também

Comentários estão fechados.