Marcilei Rossi com agências
A pandemia provocou efeitos diferentes nos municípios brasileiros, que variaram conforme a importância das atividades de serviços de cada um, principalmente as presenciais. Diante das medidas restritivas de isolamento e precaução de contágio por parte das famílias, os serviços reuniram as atividades que tiveram as maiores quedas de participação na economia do país entre 2019 e 2020.
A avaliação faz parte da pesquisa Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios de 2020, divulgada, na sexta-feira (16), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Sudoeste, essa diferença também pode ser observada. Dos 42 municípios, 31 melhoraram suas posições em 2020, no comparativo com 2019.
Na lista dos municípios que perderam posições, os quatro responsáveis pelos maiores PIBs da região: Pato Branco (R$ 4.167.224,00), que caiu sete posições no ranking nacional; Mangueirinha (R$ 1.561.955,00), que perdeu nove posições; Dois Vizinhos (R$ 1.796.592,00), com 12 posições perdidas e Francisco Beltrão (R$ 3.193.227,00), que perdeu 27 posições.
Mesmo com o encolhimento do Produto Interno Bruto, Pato Branco segue sendo o município do Sudoeste com melhor desempenho no estado (19º) e no Brasil (273º).
Francisco Beltrão também figura na lista dos municípios paranaenses melhores ranqueados. Vigésimo terceiro lugar no estado, o segundo maior PIB do Sudoeste, passa a ocupar a 342ª colocação nacional.
Maiores avanços
O Sudoeste também tem seu representante na lista dos maiores avanços no estado.
Com PIB de R$ 262.499,00, Bom Sucesso do Sul, que antes ocupava a colocação 2.935 no ranking nacional, passou em 2020 para 2.425, um ganho de 510 colocações. Inclusive, todos os 20 municípios paranaenses que compõem a lista dos maiores avanços, subiram mais de 500 posições.
O segundo melhor desempenho na região foi de Sulina, que avançou 443 posições, ao ver seu produto interno bruto passar para R$ 142.031,00.
Palmas, terceiro município em população na região, é o único representante do sudoeste do Paraná, dos que melhoraram suas colocações a nível nacional com PIB superior a R$ 1 milhão. A cidade mais fria da região, atingiu R$ 1.371.649,00.
Paraná
O posto de quarta maior economia do Brasil, alcançado pelo Paraná nos dados consolidados de 2020, foi resultado de um crescimento organizado também a partir dos municípios. Segundo dados do Produto Interno Bruto dos Municípios, divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 284 municípios do Paraná, equivalentes a 71% do total de 399 divisões administrativas, subiram novas posições no ranking nacional do PIB em 2020.
Tamarana, no Norte do Estado, progrediu 1.248 posições no ranking, passando da 2.062ª em 2019 para 814º lugar em 2020, como resultado de um PIB que cresceu de R$ 299 milhões para R$ 1,15 bilhão. O segundo maior crescimento ficou com município de Campo Bonito, localizado no Oeste, que saltou do 3.392ºlugar para a 2.604ª colocação no ranking das economias municipais. Ou seja, subiu 788 posições de 2019 para 2020.
Agro forte
De acordo com Francisco José Gouveia de Castro, pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que é o responsável pelo cálculo do PIB dos municípios do Paraná em conjunto com a equipe técnica do IBGE, os resultados dos municípios do Interior do Estado estão diretamente relacionados à pujança do setor agropecuário.
“Naquele ano marcado pela chegada da pandemia, o setor agropecuário ajudou a economia paranaense a enfrentar as dificuldades, principalmente em função de uma boa safra de soja, realidade que não foi assistida em todo o País. Eles atravessaram a crise com maior segurança e os municípios dos outros estados enfrentaram mais dificuldades com as restrições da pandemia”, afirmou.
No ano de 2020, o Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária estadual, variável que difere do PIB apenas pela não imputação dos impostos, totalizou R$ 41,4 bilhões, assegurando uma expressiva taxa real de crescimento setorial de 27,8%.
Segundo Julio Suzuki, diretor do Centro de Pesquisa do Ipardes, a conquista pelo Paraná da quarta posição no ranking das economias estaduais deriva do dinamismo dos seus municípios. “Os bons avanços dos pequenos estão ligados principalmente com o relevante peso econômico do agronegócio, sendo relevantes também os efeitos das políticas de desenvolvimento adotadas pelo governo paranaense, de caráter mais amplo e que não pararam na pandemia”, completou.
“E os grandes municípios tiveram muita capacidade de adaptação e, apesar do momento difícil, seguem sendo referências nacionais em produção de bens e consumo”, complementou.
Brasil
Os 82 maiores PIBs municipais representavam, aproximadamente, metade do total da economia nacional e 35,8% da população do país. Em 2002, início da série publicada, apenas quatro municípios somavam cerca de ¼ das atividades econômicas do país.
Ainda em 2020, os 1.275 municípios de menores PIBs responderam por cerca de 1% do PIB nacional e por 2,9% da população brasileira. Entre eles, os 148 situados nos estados do Piauí e os 135 da Paraíba representavam mais de 60% das municipalidades de seus estados. No começo da série, 1.383 correspondiam a 1% do PIB e somavam 3,7% da população nacional.
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