Murray sugeriu que Tsitsipas, seu algoz num duro duelo de cinco sets, aproveitou as saídas de quadra para esfriar o jogo. O escocês destacou que as duas idas ao vestiário coincidiram com momentos desfavoráveis do grego na equilibrada partida. Tsitsipas, portanto, teria recorrido ao que no futebol se chama de “catimba”.
“A questão não é sair da quadra, mas o tempo que se demora. Eu tinha conversado com meu time sobre isso antes do jogo e de certa forma estava preparado. Mas o fato é que você não pode ficar parado tanto tempo, isso prejudica fisicamente. Num jogo tão brutal, ficar parado sete ou oito minutos te esfria muito. Você pode se preparar para isso mentalmente, mas irá te afetar na parte física”, reclamou Murray.
A maior crítica do escocês se deve ao tempo que Tsitsipas passou no banheiro em uma de suas paradas. Foram oito minutos fora de quadra. Pelas regras dos torneios de Grand Slam, cada tenista pode ir ao vestiário duas vezes numa partida de cinco sets para ir ao banheiro ou trocar de roupa. Não há limite de tempo, mas as regras pregam uma postura “razoável” do tenista nestas circunstâncias.
“Houve outras pausas no jogo, geralmente na hora que eu iria sacar. O pedido médico veio logo que ganhei o terceiro set, depois uma troca de raquete no 0-30. Não pode ser coincidência que sempre aconteça nessas horas. E não acho que ele estivesse com algum problema, já que foram mais duas horas de jogo depois, e ele estava ótimo, se mexendo muito bem”, argumentou Murray.
Para o dono de três títulos de Grand Slam, a atitude de Tsitsipas afetou o resultado da partida, vencida pelo grego por 2/6, 7/6 (9/7), 3/6, 6/4 e 6/4. “Fiquei decepcionado porque isso influenciou o jogo. Não estou dizendo que eu iria necessariamente ganhar, mas causou influência aquelas paradas todas. Eu o considero um tenista muito bom, é um jogador brilhante e isso é muito bom para o tênis, mas não tenho paciência para essas coisas. Perdi o respeito por ele”, disse o ex-número 1 do mundo.
Logo após a coletiva de Murray, Tsitsipas teve a chance de responder às críticas. “Não quebrei regra alguma, sigo estritamente o que a ATP diz. Acho que ficou muito claro que eu deixei a quadra as duas vezes para trocar de uniforme e gastei o tempo exato para ir até o vestiário, me trocar e voltar. Tudo que sei é que o tenista tem permissão para ir duas vezes ao vestiário num jogo de cinco sets para trocar de roupa, e uma vez em jogo de três sets”, explicou o grego.
Tsitsipas, atual número 3 do mundo, evitou responder ao comentário de Murray sobre a perda do respeito como atleta. “Se há algo para me dizer, seria bom termos uma conversa para ver o que houve de errado. Não sei como meu adversário se sente quando estou no meio de uma partida, realmente não é minha prioridade. Não tenho nada contra ele, absolutamente nada”, comentou.
O grego ainda foi questionado sobre insinuação anterior do alemão Alexander Zverev sobre possível ida de Tsitsipas ao vestiário durante a final do Masters 1000 de Cincinnati, pouco antes do US Open, para receber instruções do seu pai (e treinador) por mensagem. “Nunca fiz isso, não sei que tipo de imaginação se tem para se chegar a esse ponto. Nem posso levar a sério porque é absolutamente ridículo pensar isso”, rebateu.
RESULTADOS – A madrugada desta terça-feira contou com vitórias de dois dos favoritos aos títulos do US Open. O russo Daniil Medvedev, segundo cabeça de chave, eliminou o experiente francês Richard Gasquet por 6/4, 6/3 e 6/1. Na segunda rodada, seu adversário será o alemão Dominik Koepfer, 57º do ranking.
No feminino, o grande destaque foi a japonesa Naomi Osaka. Uma das principais estrelas do Grand Slam americano, a dona de dois títulos do US Open superou a checa Marie Bouzkova por 6/4 e 6/1. Sua próxima oponente será a sérvia Olga Danilovic, que veio do qualifying.
Outra candidata ao título, a belarussa Aryna Sabalenka precisou de três sets para derrotar a sérvia Nina Stojanovic por 6/4, 6/7 (4/7) e 6/0. Também estrearam com vitória as ex-líderes do ranking Angelique Kerber, da Alemanha, e Victoria Azarenka, de Belarus, além da ucraniana Elina Svitolina, quinta cabeça de chave em Nova York.
Comentários estão fechados.