A prática de musculação e exercícios resistidos na gravidez emerge como uma estratégia eficaz para elevar a qualidade de vida das gestantes. Estudos recentes apontam que o treinamento de força contribui para a melhora do sono, redução de dores e aumento do bem-estar físico e psicológico. Pesquisadores da Universidade Europeia Miguel de Cervantes e da Universidade Católica de Valência, na Espanha, analisaram nove ensaios clínicos com 1.581 participantes, mostrando resultados claros: gestantes que realizaram sessões de exercícios resistidos de 60 minutos, uma a duas vezes por semana, tiveram redução de dores na lombar e ciático, além do incremento de força muscular, flexibilidade e maior gasto energético.
O destaque vai para exercícios focados em todo o corpo, especialmente no core e assoalho pélvico, essenciais para o suporte e equilíbrio durante a gestação. Mulheres que adotaram essa rotina experimentaram melhorias consistentes no sono e impactos positivos no bem-estar psicológico, conforme publicado na revista científica Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica. Os achados corroboram diretrizes atuais de entidades como o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, que recomendam atividade física regular — incluindo musculação — para grávidas sem contraindicações.
Musculação só é indicada para gestantes sem restrições médicas
Apesar dos benefícios, é importante considerar que nem todas as gestantes estão liberadas para praticar musculação. Entre as contraindicações para exercícios físicos nesta fase da vida estão doenças cardíacas ou pulmonares graves, parto prematuro iminente, placenta prévia com sangramento, ruptura de membranas, pré-eclâmpsia severa, anemia intensa ou incompetência do colo uterino. Para a maioria das mulheres, entretanto, a musculação pode ser integrada à rotina, desde que haja liberação médica. A consulta com um obstetra é essencial antes de iniciar qualquer atividade física.
O acompanhamento de profissionais de educação física especializados em gestantes é recomendado para adaptar os treinos considerando cada fase da gravidez. Segundo Carla Montenegro, do Centro de Reabilitação do Einstein Hospital Israelita, é fundamental ajustar volume e intensidade dos exercícios ao longo dos meses de gestação, proporcionando segurança sem comprometer a saúde materna ou fetal.
Atenção aos sinais de alerta durante o treino
Mesmo para gestantes liberadas para musculação, alguns sinais exigem pausa imediata nos exercícios e contato urgente com o médico: sangramento vaginal, dor torácica, falta de ar intensa, tontura, dor de cabeça forte, contrações uterinas e redução dos movimentos fetais. Em casos como esses, o obstetra deve ser consultado prontamente para garantir o bem-estar e a segurança da mãe e do bebê.
Fonte: Agência Einstein.
