A proposta de Georgieva foi voltada principalmente aos grandes emissores, como os países que compõem o G-20. “O foco em um preço mínimo de carbono entre um pequeno grupo de grandes emissores poderia facilitar um acordo, cobrindo até 80% das emissões globais”, disse.
Georgieva sugeriu que o preço poderia ser implementado por meio de impostos de carbono, sistemas de comércio de carbono ou “medidas equivalentes que correspondam às preferências das políticas locais”. E acrescentou que uma combinação de preços de carbono e investimento em infraestrutura verde poderia aumentar o PIB global em mais de 0,7% ao ano nos próximos 15 anos, criando “milhões de novos empregos”.
A diretora-gerente do FMI ainda afirmou que a precificação do carbono vem ganhando impulso nos últimos anos. “Muitas empresas agora usam um ‘preço sombra’ de carbono em seus modelos. Mais de 60 esquemas de preços foram implementados. Mas o preço global médio atualmente é de US$ 2 a tonelada e precisa aumentar para US$75 a tonelada até 2030 para conter as emissões, em linha com as metas do Acordo de Paris”, disse.
Georgieva também fez um apelo por taxonomia verde e relatórios padronizados de riscos financeiros relacionados ao clima. “Ambos são necessários para desbloquear trilhões de dólares em finanças privadas”, disse, destacando que uma pesquisa recente com grandes investidores mostrou que para a maioria deles, a baixa qualidade ou disponibilidade de dados era a maior barreira para o investimento sustentável.
A diretora-geral do FMI defendeu, ainda, o apoio financeiro aos países em desenvolvimento. “Eles oferecem muitas das oportunidades de custo mais baixo, portanto, é do interesse de todos cumprir o compromisso de US$100 bilhões por ano em financiamento climático para o mundo em desenvolvimento”, declarou, acrescentando que as mudanças climáticas devem ser incluídas em “exames de saúde” econômicos anuais de países e sistemas financeiros.
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