A campanha ampliou a invencibilidade do time para 30 partidas, igualando o próprio recorde. Os números refletem a evolução da equipe, que aliou sua marca histórica – a defesa sólida – a um futebol mais vistoso e ofensivo. Estreante na fase eliminatória do torneio, a Áustria vai se defender e apostar na versatilidade de Alaba, autor de duas assistências no torneio.
Um dos segredos para a série vitoriosa da Itália é o desempenho da defesa. O último gol sofrido foi em outubro do ano passado, no 1 a 1 com a Holanda, pela Liga das Nações. Na série de 30 jogos sem perder, a “Azzurra” foi vazada apenas sete vezes. Mas o time evoluiu e também sabe atacar com variação de jogadas. A Itália de Mancini joga um futebol moderno, com compactação, dinamismo, rapidez e muitas jogadas pelos lados do campo. A equipe bateu o recorde de finalizações contra a Turquia (21) e deu 13 chutes a gol contra a Suíça.
O grupo que disputa a Eurocopa tem três brasileiros naturalizados italianos: o zagueiro Rafael Tolói, o meia Jorginho e o lateral-esquerdo Emerson Palmieri. “Ele (o técnico Roberto Mancini) é uma pessoa super tranquila. A gente brinca que ele ainda é boleiro. Foi bem fácil a adaptação. Ele é um cara que conversa numa boa, gosta da velha resenha. Está sendo muito bom esse período na seleção com ele”, afirma Jorginho.
O técnico Ricardo Gomes, que passou boa parte de sua carreira na Europa, como jogador e treinador, diz que essa mudança italiana faz parte de um projeto idealizado por Roberto Mancini.
“Eles passaram por dificuldades na última década, com os times e a seleção. Pararam e evoluíram. Hoje dão ênfase à construção do jogo. Para isso, jogadores e armadores habilidosos são fundamentais”, diz o ex-treinador do Bordeaux e do Monaco. “Armadores são atletas que escolhem a melhor opção sempre visando o ataque”, define.
Careca, atacante do Napoli entre 1987 e 1993, destaca os valores individuais da seleção. “A equipe tem jogado um futebol ofensivo, leve e de movimentação, com jogadores habilidosos como Insigne e Immobilie. O jogador que faz o ataque funcionar é o Marco Verrati, o cérebro do time. Ele está sobrando na competição”, analisa o centroavante que foi campeão italiano, da Supercopa Italiana e da Copa da Uefa nos anos 1990. “O Mancini (técnico) é da minha época. Ele foi um meia diferenciado e que gosta de um jogo objetivo”, completa.
Se não perder na próxima fase, Mancini vai superar a marca do lendário técnico Vittorio Pozzo, bicampeão mundial em 1934 e 1938 e que também manteve uma invencibilidade de 30 jogos entre 1935 e 1939. Na fase atual, a última derrota da Azzurra foi em setembro de 2018, para Portugal, no início da passagem do atual treinador.
“É um prazer alcançar um mito como Vittorio Pozzo, mas há troféus mais importantes do que esses 30 jogos. Pozzo ganhou troféus importantes, então ainda temos que atingir esse nível”, disse Mancini.
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