Na fase de qualificação Rebeca fez 15,100 no salto, ficando atrás apenas de duas atletas dos Estados Unidos: Simone Biles (15,183) e Jade Carey (15,166). Foi aí que ela se classificou com a terceira melhor pontuação. Já na final do individual geral, ela conseguiu a maior nota no salto, com 15,300, superando Jade Carey que anotou 15,200.
Para a final, é possível que Biles não participe, e aí ela daria lugar para Mykayla Skinner. Já Sunisa Lee, campeã olímpica no individual geral, não está na disputa. Até por isso, a expectativa de novo pódio para Rebeca é grande, pois a diferença dela para as outras competidoras, com exceção das atletas dos EUA, é bem grande.
“Eu preciso aproveitar este momento e não deixar essa chance passar”, afirmou Rebeca, que ainda vai disputar a final do solo, marcada para segunda-feira, às 5h45 (horário de Brasília). Este é outro aparelho que ela tem chance de subir ao pódio e com isso igualaria Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, que nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 ganhou três medalhas para o Brasil.
Segundo Francisco Porath Neto, o Chico, treinador de Rebeca e técnico da seleção feminina desde 2014, eles ainda vão avaliar o que a atleta vai fazer na prova de salto. “Eu até perguntei para ela se agora estava com mais vontade ainda de outra medalha. Queremos buscar mais um pódio e vamos pensar a melhor estratégia”, disse Chico.
Uma opção seria aumentar a nota de dificuldade do salto, mas poderia correr o risco de falhar um pouco na execução, ou se tenta algo um pouco mais simples para fazer a execução com mais segurança. De qualquer forma, qualquer que seja a escolha, Rebeca tem condições de fazer um ótimo papel.
Para o treinador, o pódio conquistado nos Jogos de Tóquio vai ajudar a ginasta nas próximas disputas. “Primeiro precisávamos fechar o individual geral. Eu queria muito essa medalha para que tirasse um pouco do peso nas costas dela. A Rebeca tem um salto excelente e agora temos mais tranquilidade para se preparar para esta disputa”, avisou.
O bom momento da ginasta coroa uma história de superação que começou na recuperação da terceira cirurgia que teve no joelho direito para reparar o ligamento cruzado anterior, uma das lesões mais sérias que ocorrem em atletas de alto nível. Foi por causa de lesões que ela perdeu eventos importantes, como Mundiais e os Jogos Pan-Americanos de Lima-2019
“Eu tenho cinco cirurgias em um joelho, pois fazia fibrose e eu tinha de tirar, pois não conseguia dobrar a perna totalmente. E isso que sou jovem. Então tive muitas oportunidades de desistir, mas eu não desisti e estou aqui com a minha medalha de prata”, comentou a atleta de 22 anos.
Rebeca conta que aproveitou a pandemia de covid-19 para se conhecer melhor e também para recuperar seu corpo da última lesão. “A pandemia foi incrível para mim, tanto para minha operação quanto para o meu psicológico. Eu pude me cuidar, me conhecer melhor, saber o que era bom, o que era ruim. Eu me conectei comigo mesma, e hoje a gente vê o resultado disso.”
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