O sr. se dedica ao tema liderança desde os anos 1990. O que mudou desde então?
Minha transformação pessoal de gestão para liderança começou em 1997, e veio como resultado de uma série de despertares sobre o impacto que tinha sobre aqueles que tive o privilégio de liderar. Meu foco inicial estava no mundo dos negócios, mas tive a oportunidade de falar em todos os setores da sociedade e vejo a mesma coisa: líderes focados em seu sucesso, enquanto usam as pessoas em suas organizações simplesmente como um meio. Essa doença do interesse próprio parece estar progredindo. Hoje, nos vemos em um mundo que tem gerentes, chefes, supervisores, administradores, mas sem líderes com habilidade e coragem de cuidar daqueles que têm o privilégio de liderar. Infelizmente, não temos uma “liderança”.
Quais habilidades precisam ser desenvolvidas?
As habilidades para ser um líder estão centradas em ser capaz de dar às pessoas sob sua responsabilidade um senso de esperança para o futuro. Líderes verdadeiramente humanos criam ambientes nos quais suas equipes se sentem seguras, inspiradas a compartilhar seus dons e ouvidas.
O livro que o sr. escreveu com Raj Sisodia fala sobre o poder de cuidar das pessoas como se fossem da família. É isso mesmo?
Em primeiro lugar, quando você cuida de pessoas no trabalho como gostaria que seus filhos fossem cuidados, você vai melhorar a saúde delas. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) nos disse que a pessoa a quem você se reporta no trabalho é mais importante para sua saúde do que seu médico de atenção primária.
Existem desafios para implementar um modelo de liderança mais humana?
A habilidade mais importante para uma vida com significado, propósito e “sucesso verdadeiro” é ouvir com empatia. Essa é a capacidade de ouvir para entender, não para debater ou julgar. E a segunda é a habilidade de reconhecer e celebrar a bondade nos outros. Os futuros líderes podem aprender essas habilidade, e os graduados podem se tornar a vacina para lidar com a doença do interesse próprio. Temos um sistema educacional que não está criando líderes com habilidades humanas para cuidar dos liderados.
A equipe vai comprar a ideia de um chefe “bonzinho”?
Não é mais uma questão de ser “bonzinho”, trata-se de compreender a profunda responsabilidade da liderança. Certifique-se de que você tem um modelo organizacional bem projetado para dar àqueles sob seus cuidados um senso de esperança para o futuro e, em seguida, inspire-os a trazer seus dons para realizar a visão da organização e o resultado será confiança.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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