Em entrevista para a revista Time, Osaka, dona de quatro títulos de Grand Slam e ex-número 1 do ranking mundial, afirmou que espera que “possamos decretar medidas para proteger os atletas, especialmente os frágeis” e sugeriu que às vezes os atletas tenham o direito de evitar obrigações com a mídia sem punição.
“Pode haver momentos para qualquer um de nós em que estamos lidando com problemas particulares”, disse Osaka, de 23 anos. “Cada um de nós, como humanos, está passando por algo em algum nível.”
Ela disse antes do Aberto da França começar que não falaria com a mídia durante o torneio, dizendo que essas interações às vezes são desconfortáveis e criaria problemas para ela na quadra. Depois de sua vitória na primeira rodada em Paris, Osaka foi multada em US$ 15 mil (cerca de R$ 79 mil) por não comparecer a uma entrevista coletiva obrigatória e de desqualificação ou suspensão dos quatro torneios do Grand Slam se cometesse o mesmo ato mais uma vez.
Osaka então saiu do torneio, dizendo que ela sofre com ansiedade antes das entrevistas e teve crises de depressão nos últimos anos. “Acredite ou não, sou naturalmente introvertida e não gosto de holofotes”, disse a tenista. “Eu sempre tento me esforçar para falar, mas isso geralmente vem com um custo de grande ansiedade.”
Osaka não disputou o Torneio de Wimbledon, que termina domingo. Ela retornará à competição na Olimpíada de Tóquio, que começam dia 23 de julho, quando vai representar o Japão. “Tornou-se evidente para mim que literalmente todos sofrem de questões relacionadas à sua saúde mental ou conhece alguém que sofra. Espero que as pessoas possam se relacionar e compreender que não há problema em não estar bem e não há problema em falar sobre isso.”
Sobre o tema das coletivas de imprensa, Osaka disse que acha que o formato “em si é desatualizado e precisa de alterações. Ela também propôs dar aos jogadores de tênis “um pequeno número de dias de licença médica por
ano, quando você está dispensado de seus compromissos anteriores sem ter que divulgue suas razões pessoais. Eu acredito que isso colocaria o esporte em linha com o resto da sociedade.”
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