Segundo fontes, a empresa decidiu esperar mais algumas semanas para reunir uma base mais firme de potenciais compradores de seus papéis. A Blueflit foi abatida pela alta volatilidade do mercado, situação agravada com o colapso da incorporadora chinesa Evergrande.
A rede chegou a cortar o preço almejado em sua oferta em 20%, mas nem isso foi suficiente para atrair mais investidores. Todo o dinheiro da oferta da Bluefit, quando ela ocorrer, irá para o caixa da empresa. Os recursos serão usados para abertura de lojas e também para eventuais aquisições.
A tentativa era de pegar carona na demanda do mercado pelo negócio de academias, com a leitura de que esse seria um dos setores mais beneficiados pelo avanço da vacinação contra a covid-19 e pela retomada da economia. Esse mercado ainda é muito pulverizado no País, o que abre oportunidades de crescimento. Estimativas de mercado apontam que as maiores redes têm menos de 20% de participação no setor.
Rede franqueada. A Bluefit foi criada em 2015, em Santo André, na Grande São Paulo. A rede começou a crescer em ritmo mais acelerado depois de um aporte do fundo Leste, em 2017. Hoje, são 102 academias, com outros 33 contratos já assinados para inaugurações. Desse total, 61 são unidades próprias.
A Smart Fit, primeira do setor, tem presença muito mais significativa. Encerrou o primeiro semestre do ano com 981 academias, alta de 15% em um ano. No Brasil, a terceira posição é da Selfit, com 63 unidades..
O mercado fitness brasileiro é um dos maiores do mundo, conforme dados da associação internacional IHRSA. Segundo levantamento mas recente, esse setor movimenta R$ 2,2 bilhões por aqui, com um total de 29 mil unidades e 10,3 milhões de alunos. No entanto, só 4,9% da população hoje frequentam uma academia. As líderes do ranking global têm participação muito mais elevadas: Estados Unidos (21,2%), Canadá (16,7%) e Inglaterra (15,6%).
A equipe de análise da Suno acredita que o setor de academias tem potencial, mas vê o caso da Bluefit com ressalvas, já que para seu crescimento será necessário investimentos vultosos. “Quem comprar a ação pagará por um crescimento que pode não se concretizar”, segundo o documento, enviado a clientes. Por isso, o conselho aos clientes foi de que ficassem de fora do IPO. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Comentários estão fechados.