Dirceu Antonio Ruaro
Temos tratado de tantos assuntos que às vezes penso que é até muita coisa, mas é certo que a tarefa de educar filhos não tem limites.
E, o olhar atento de pais educadores, deve aproveitar todas as oportunidades que surgem para educar e formar a pessoa humana que seus filhos precisam ser e ser transformar.
Nesse tempo, a mídia tem trazido com ênfase alguns temas muito preciosos para os pais: um deles, sem dúvida a valorização da vida com relação à questão do aborto. Outro, também a valorização da vida com a guerra entre o Hamas e Israel, e outro ainda com relação à valorização e preservação da vida com relação às enchentes no sul do Brasil.
Todos os temas dariam teses imensas e discussões fantásticas. Mas vamos pensar em questões bem concretas, bem próximas e práticas.
O Sul do Brasil enfrenta, nesse momento, consequências terríveis de cheias que há muito tempo não se via. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm passado por experiências dolorosas de perdas de pessoas e bens que marcam indelevelmente a vida de muitas famílias e que, diante desse tipo de fenômeno pouco ou nada se pode fazer.
Pouco ou nada se pode fazer talvez seja maneira de dizer, pois há uma forma de se manifestar e ajudar que mostrar o quanto somos humanos e estamos “solidários” com as pessoas que sofrem.
E, esse é um papel fundamental dos pais na educação dos filhos. Ensinar a ser solidário. Desde os menores, desde as crianças de dois anos, eles assistem TV, eles entendem imagens, e eles conseguem se identificar com o sofrimento dos outros. Esse é o jogo. Ensinar a se colocarem no lugar do outro.
Ensinar que a solidariedade é um ato de a pessoa se identificar com o sofrimento de outra pessoa, mesmo desconhecida, e a partir disso estar disposto a ajudar a pessoa.
Ensinar que essa é uma das atitudes mais valoras que os seres humanos podem ter em relação aos outros.
Claro que ensinar qualquer coisa sempre é uma tarefa difícil, ainda mais ensinar conceitos que precisam de prática e, certamente pode ser um grande desafio. Mas, como disse acima, temos uma questão muito prática. Temos crianças, adolescentes, jovens, vovôs e vovós sofrendo com as cheias, pessoas que perderam tudo, de roupas a brinquedos, móveis, tudo. E, estamos em casa, sem problemas de alagamentos, com tudo sequinho, preservado, cuidado. Muita coisa, até sobrando.
Além do mais, será que essas pessoas precisam só de coisas físicas? Será que não podemos organizar, também outras formas de ajudar, como uma roda de conversa, um debate na escola (na própria família) para entender o que está acontecendo, que dor é essa que eles estão sentindo?
Como, nós, pais e educadores podemos agir para nos colocar e ensinar nossos filhos a se colocarem no lugar dos que sofrem e sentirem solidariedade com os que sofrem?
Volto a enfatizar, não adianta ser solidário na teoria. Se quisermos que a nossa sociedade aprenda, de fato a ser solidária e mais humana no futuro, então, temos desde cedo trazer esses conceitos para a prática da vida e diante das oportunidades que surgem organizar com naturalidade a prática solidária que, muitas vezes, precisará de coisas físicas, como roupas, móveis, alimentos, brinquedos, mas que precisará, também da empatia, de aprender a se colocar no lugar do outro para entender a dor que sofre.
Mas, enfatizo também, não adianta ser solidário no discurso e com o que ou quem está longe. É preciso ser solidário na prática, pelo exemplo e é pelo exemplo dos pais que os pequenos aprendem a ser tornar mais humanos e seres melhores, pense nisso enquanto lhe desejo boa semana.
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