O piloto da Red Bull lidera o campeonato com oito pontos de vantagem sobre o rival britânico: 351,5 contra 343,5. Para confirmar o título neste domingo, precisa ao menos chegar em segundo lugar e torcer para Hamilton não passar do 11º posto. O holandês pode ainda ser o campeão se for o segundo colocado e registrar a melhor volta da corrida (que dá ponto extra na classificação) desde que o adversário não passe da 10ª posição.
Em caso de vitória, o título será de Verstappen se Hamilton não superar o 7º lugar. Se vencer e fazer a melhor volta, o piloto da Mercedes só poderia chegar em sexto. Se o líder do campeonato terminar em terceiro, a decisão ficará para a última prova do ano, o GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, no dia 12.
A temporada é a mais apertada desde 2010, quando o alemão Sebastian Vettel, o espanhol Fernando Alonso, o australiano Mark Webber e o próprio Hamilton chegaram à última corrida com chances de título. Vettel acabou levantando o troféu. Foi o seu primeiro título.
Neste domingo, Verstappen poderá repetir o feito. “Tem sido um ótimo ano para nós. Tivemos muitos bons momentos e foi divertido. A temporada passada foi um pouco chata para mim porque eu não conseguia passar do terceiro lugar”, diz o holandês, dono de nove vitórias em 2021, contra sete do rival. Foram ainda nove pole positions para o líder do campeonato e quatro para o inglês.
Verstappen e Hamilton passaram as últimas semanas adotando a cautela e até trocando elogios. Mas, no asfalto, a rivalidade foi mais quente do que as declarações fazem parecer. As disputas por posição frequentemente extrapolaram os traçados, causando batidas e incidentes assustadores. No GP da Itália, o carro do holandês foi parar em cima da Mercedes do inglês, que só não correu risco de morte porque foi protegido pelo halo, estrutura que fica logo acima da cabeça dos pilotos no cockpit. Na Inglaterra e no Brasil, a briga também foi dura. Já há quem compare a dupla com a rivalidade protagonizada por Ayrton Senna e Alain Prost.
A disputa se tornou mais renhida nos bastidores. Os últimos meses foram de trocas de farpas entre Christian Horner, chefe da Red Bull, e o discreto Toto Wolff, da Mercedes. Depois de uma manobra polêmica de Verstappen sobre Hamilton no Brasil, que não resultou em punição, Wolff disse que “a diplomacia acabou”. A briga envolve também o Mundial de Construtores, liderado pela Mercedes por apenas cinco pontos. O título rende premiação que supera os 100 milhões de euros (cerca de R$ 641 milhões).
Neste clima de hostilidade, Verstappen e Hamilton chegam à penúltima etapa do campeonato em situações diferentes. O inglês vive fase melhor porque venceu as duas últimas corridas, no Brasil e no Catar, reduziu a diferença para o primeiro colocado no campeonato e correrá num traçado que deve favorecer o carro da Mercedes, mais veloz nas retas ao longo de todo o ano.
O holandês vem tentando conter o crescimento do rival na parte mais importante da temporada. A seu favor, há a novidade e a incógnita sobre o circuito de Jeddah, estreante no calendário da F-1. Foi construído para ser o mais veloz entre os traçados de rua. Com muitos muros e poucas áreas de escape, é considerado até perigoso e será disputado à noite, pelo horário local, o que deve cobrar maior cautela dos candidatos ao título.
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