Diversos tratamentos inovadores foram lançados no mercado nos últimos anos. Porém, como esses remédios não fazem parte do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), não podem ser prescritos pelos médicos para os pacientes do Sistema Único de Saúde.
“O PCDT de asma foi atualizado pela última vez em 2013. De lá para cá, várias outras drogas surgiram, principalmente para asma grave”, disse o pneumologista José Roberto Megda Filho. “Estes pacientes têm maior risco, por exemplo, de internação, de procurar um atendimento de emergência e, neste atual cenário, de apresentar complicações pelo novo coronavírus”, acrescentou o médico.
O PCDT estabelece os critérios de diagnóstico de cada doença, os medicamentos adequados e a supervisão de possíveis efeitos adversos. Para as comorbidades com programas de tratamento fornecido pelo Estado, um PCDT completo e atualizado auxilia o médico na escolha da melhor terapia para cada paciente.
Dados da campanha mostram que, no Brasil, os asmáticos graves procuram 15 vezes mais hospitais do que os outros pacientes e são hospitalizados 20 vezes mais. Além disso, o custo do tratamento com estes medicamentos pode chegar a R$ 10 mil por mês.
“Quando prescrevemos o medicamento correto para o paciente correto, reduzimos os gastos com saúde. Hoje temos a indicação para uso de corticoide sistêmico, com efeitos colaterais e comprometimento da qualidade de vida do paciente. Atualmente não há medicação biológica liberada pelo SUS”, destacou o pneumologista.
Recentemente, quatro medicamentos foram avaliados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e todos tiveram parecer negativo. Nesta quarta-feira, a Conitec realizará uma reunião para a decisão final sobre três destas medicações.
Comentários estão fechados.