Fernando Ringel
Era uma vez um rapaz chamado Bruce Wayne. Um dia, ele decidiu livrar sua cidade da criminalidade e por isso criou o Batman, personagem que domina artes marciais, mas tem um único super poder: é herdeiro de uma multinacional.
Pode não ser igual, mas a história é parecida com a de John D. Rockfeller, que fez aniversário de morte na última terça, dia 23. Primeiro bilionário da história, sua fortuna equivalia a 1,8% do Produto interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. Em valores atuais, seu patrimônio seria de US$ 420 bilhões, conquistados com muito trabalho e também… monopólio do mercado. O magnata do petróleo, por exemplo, comprava concorrentes para queimar bondinhos elétricos e substituí-los por ônibus a diesel.
De qualquer forma, se aposentou aos 57 anos, vivendo mais quatro décadas desfrutando do dinheiro e financiando pesquisas que levaram à descoberta de medicamentos. Talvez tenha feito isso para prolongar sua própria existência, mas os remédios desenvolvidos com suas doações estão nas farmácias e hospitais, salvando vidas diariamente.
A natureza do dinheiro
Os US$ 420 bilhões do Rockfeller são mais que o dobro da fortuna do sul-africano Elon Musk, que esteve no Brasil no último dia 20. Herdeiro de jazidas de esmeraldas, investiu em empresas de tecnologia, como a Space X, que envia suprimentos e turistas para o espaço. Dono da maior fortuna da atualidade, US$ 200 bilhões, talvez Musk aposte em energia limpa por ser uma tendência do mercado: o petróleo acaba após ser extraído, enquanto a eletricidade é renovável. Uma de suas empresas, por exemplo, é a Tesla, montadora de carros elétricos. Aliás, esse nome explica muita coisa: trata-se de uma homenagem a Nikola Tesla, autor de mais de 700 invenções, incluindo a lâmpada fluorescente. Entretanto, é como diz uma música dos Titãs, “riquezas são diferentes”. Enquanto Tesla morreu pobre, Musk entende mesmo é de dinheiro, que não é bom nem mau, depende apenas de como ele é gasto. No caso do Brasil, fica a expectativa de que a parceria do bilionário com o governo renda bons frutos para a população. É esperar para ver.
Comunicador e professor universitário