Como avalia a alta do investimento estrangeiro neste ano?
Com a retomada do crescimento e a melhora do resultado das empresas, é normal que elas decidam investir no negócio e que isso leve a uma melhora dos fluxos de investimento. Agora, a gente não pode se contentar com pouco. O Brasil poderia estar atraindo muito mais investimento, dado o potencial e a dimensão da economia. O Brasil, com uma situação fiscal saneada, com outro quadro político, poderia ter um nível de investimento extraordinário, mas não tem.
O que impede uma entrada maior de recursos?
É o risco fiscal. O Brasil ainda tem uma situação fiscal extremamente delicada. Os anos vão passando e as reformas fiscais não avançam. A gente começou a falar do ajuste fiscal quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Já estamos há sete anos consecutivos com déficit primário, sem perspectiva de que chegue a um superávit no curto prazo. Cada vez que há uma sobra no Orçamento, como agora, há mil e uma maneiras para justificar os gastos. E fazer ajuste que é bom, nada.
Tem percebido um aumento do interesse pelo Brasil no exterior?
O interesse caiu muito nos últimos dois anos. O grande investidor estrangeiro se desinteressou pelo País. O Brasil desencantou. Começou a haver um pouco mais de interesse neste ano. O próprio real está se valorizando com a subida dos juros, e a volta do crescimento. Aos trancos e barrancos, o processo de vacinação avança. Mas, em relação ao potencial do Brasil, ainda tem muita estrada pela frente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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