Um dos piores capítulos da história do Paraná foi encerrado no dia 26 de novembro de 2021. No “dia do livramento”, colocamos um ponto final nos contratos de concessão de rodovias do Anel de Integração, que lesaram a população por causa das altas tarifas e falta de obras durante mais de duas décadas.
O Paraná tinha um dos pedágios mais caros do Brasil, mas a contrapartida em obras sempre ficou aquém do sonho do paranaense. O antigo modelo era como pagar por uma casa de três quartos e morar em uma quitinete com quarto, sala e cozinha no mesmo ambiente.
Em 2019, quando assumi o governo, resolvemos mudar a situação. Contratamos um amplo estudo, baseado nas melhores soluções globais, e apresentamos para a sociedade uma resposta ousada para o desenvolvimento do Paraná, com grande volume de obras, composição de lotes com rodovias estaduais e federais e leilão por menor tarifa com sistema de garantias sem outorga para a União.
Para superar um período sombrio, contamos com participação da sociedade: foram 4.350 sugestões nas audiências organizadas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O G7, grupo que reúne as principais entidades do setor produtivo, se engajou nesse modelo, que foi construído de maneira criativa e democrática. O resultado é um projeto sofisticado e que já inspira outras concessões.
As premissas fundamentais da nova modelagem são tarifas menores em relação às praticadas anteriormente, um grande pacote de obras e transparência absoluta com leilão na Bolsa de Valores. A proposta prevê investimentos de R$ 55 bilhões, um montante sem precedentes. O pacote abrange 3.300 km de rodovias em seis lotes, a maior concessão rodoviária em andamento.
Segundo o estudo, há expectativa de redução média de 30% em relação às tarifas antigas na tarifa-base do leilão, mas, como a disputa será pela menor tarifa, o desconto pode ser ainda maior. As obras estão programadas para os primeiros sete anos do contrato, incluindo a duplicação de mais de 1.800 km de estradas. A título de comparação, nos últimos sete anos, o DNIT, órgão responsável pelas rodovias federais, duplicou apenas 70 km de estradas no Paraná.
O estado aumentará de 36% para 90% o percentual de estradas em concessão com pista dupla, o que vai atrair novos investimentos e viabilizar os sonhos de alguns municípios que ficaram desassistidos na concessão anterior. Mais ainda: aliaremos esse grande salto econômico com a proteção de milhares de vidas, já que o aumento na segurança das estradas levará a uma redução significativa no número de acidentes.
Esse pacote de concessões rodoviárias é o carro-chefe do plano estratégico do governo do estado para transformar o Paraná no hub logístico da América do Sul, aproveitando a localização geográfica de nosso território. Soma-se a ele a Nova Ferroeste, corredor logístico de Mato Grosso do Sul ao porto de Paranaguá, e a segunda ponte com o Paraguai.
Temos a quarta maior economia do país e somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Essa conjuntura, aliada a uma nova infraestrutura, tornará o Paraná ainda mais atrativo.
O escritor norte-americano Richard Bach apontou que um desafio imposto à sociedade não define o que somos, mas a forma como enfrentamos a adversidade pode gerar um legado. Nesse sentido, estamos transformando o que era um cenário caótico em um futuro promissor.
Carlos Massa Ratinho Jr. Governador do Paraná (PSD)
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