O momento mais feliz

Aquele bilionário, certo dia, atendeu a uma entrevista.

Para ele, sempre procurado pela imprensa, nada extraordinário.

Com um patrimônio líquido estimado, em 2025, em um bilhão e setecentos milhões de dólares, tem casas em Lagos e Abuja, na Nigéria; em Dubai, nos Emirados Árabes; em Londres e Nova Iorque.

Depois de algumas indagações, o apresentador de rádio perguntou-lhe: Existe algo que o senhor possa dizer, entre tantos bens e títulos que possui, que o fez se sentir o homem mais feliz do mundo?

O entrevistado não se fez de rogado e relatou:

Passei por quatro estágios de felicidade na vida até entender o seu verdadeiro significado.

A primeira etapa foi acumular riquezas e meios. Fui me percebendo sempre mais rico. Porém, nessa fase, não consegui a felicidade que queria.

Parti para a segunda etapa. Foi a coleta de objetos de valor: joias e relógios, pedras preciosas, pinturas, esculturas, antiguidades.

Aumentei minha frota de carros, motos e outros veículos de luxo.

Logo percebi que o efeito daquilo tudo era temporário. O prazer da aquisição, o brilho durou quase nada.

Então, veio a terceira fase. Foi a de obtenção de grandes projetos, enormes empreendimentos.

Cheguei a ter o controle de noventa e cinco por cento do fornecimento de diesel na África.

Tornei-me o maior proprietário de navios da África e da Ásia.

Mesmo assim, não obtive a felicidade que tinha imaginado.

A quarta etapa foi quando um amigo me pediu para comprar cadeiras de rodas para algumas crianças com deficiência.  Eram quase duzentas.

Nenhum problema para mim. Pedi que fossem adquiridas as duzentas cadeiras, de imediato.

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O custo significava quase nada.

No entanto, o amigo insistiu, exigiu mesmo que eu fosse com ele entregar as cadeiras de rodas para as crianças.

Nada se nega a um amigo. Marcamos o dia, a hora e lá fomos, ele e eu.

Dei as cadeiras para as crianças com minhas próprias mãos. Vi o estranho brilho de felicidade nos rostos delas. Eu as vi sentadas, felizes, movendo-se de um lado para o outro.

Divertindo-se, brincando de corrida, apostando quem seria o mais rápido, o mais hábil no manuseio da cadeira.

Era como se eles tivessem ganhado um enorme prêmio acumulado e compartilhassem da mesma alegria.

E eu senti alegria dentro de mim.

Fiquei olhando-os por algum tempo, enchendo-me de felicidade.

Quando decidi ir embora, uma das crianças agarrou minhas pernas. Tentei libertar-me suavemente. A criança olhou para o meu rosto e me agarrou com mais força.

Abaixei-me e perguntei: Você precisa de alguma coisa?

A resposta dessa criança não só me deixou feliz, mas mudou completamente minha atitude em relação à vida:

“Quero olhar muito bem para o senhor. Quero lembrar do seu rosto para que, quando me encontrar com o senhor no céu, eu possa reconhecê-lo e lhe agradecer mais uma vez.”

Esse foi o momento mais feliz da minha vida. – Finalizou o entrevistado.

*   *   *

Um momento de felicidade. Um olhar de gratidão.

Quem pode avaliar o que isso significa?

Somente quem se doa, um dia, num tempo fora do tempo.

 Redação do Momento Espírita

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