De seu gabinete no Palácio do Planalto, o ministro, deputado licenciado pelo PSD do Rio Grande do Norte, alerta que o governo possui alternativas para pagar os R$ 400 de Auxílio Brasil planejados por Bolsonaro, como abrir crédito extraordinário ou editar um decreto de calamidade, caso a PEC dos precatórios seja derrotada.
O leilão do 5G demorou bastante a ser realizado. Que prejuízos o Brasil pode ter com isso?
Muitos países já têm a tecnologia, mas o Brasil será o primeiro da América Latina. Isso nos dá uma dianteira importante. Fizemos em tempo recorde, em 15 meses colocamos o leilão em pé.
O 5G vai se refletir em custos maiores para os consumidores ou essa ampliação da disputa no mercado vai compensar?
Não houve aumento de tarifas em nenhum país por causa do 5G. Há uma economia, o consumo é menor, a antena é menor, a implementação é mais barata, e as teles ganham muito dinheiro. O valor, para o cliente normal, não vai ter aumento.
Que crescimento econômico podemos esperar?
Temos que parar para pensar, a partir do próximo ano, para rever o nosso PIB. O agronegócio a gente estima que cresça pelo menos 10% com o 5G. Se crescer, a gente vai colocar 2,6% do PIB, só no agro.
Que tipo de modelo de negócios podemos ter para telemedicina, carros autônomos, agro e indústria 4.0?
O aumento de velocidade já falamos em até 100 vezes. A grande diferença é a latência, o tempo de resposta. O 4G não permite telemedicina, veículos autônomos, drones autônomos, nada que precise de precisão no tempo de resposta. Com o 5G vamos ver muito nas ruas carro sem motorista, ônibus escolar autônomo, conserto de um trator no meio da lavoura, com óculos de realidade aumentada. Um país analógico fica para trás. O Brasil tem tudo para ser um hub de inovação.
O 5G é um salto tecnológico comparável a quê?
A chegada da internet foi um marco grande, mas era muito lento e pouca gente tinha acesso, computador enorme, caro… A chegada do celular foi muito marcante, e a chegada do 5G vai ser quase igual a isso. Tive apoio do governo. Tive apoio do ministro Paulo Guedes, que poderia pleitear um leilão arrecadatório. Se fosse arrecadatório, resolveria o problema do financiamento do Auxílio Brasil. Ainda bem que separamos isso lá atrás.
Separou, mas não solucionou. O governo dependeu de quatro votos da oposição para aprovar a PEC dos precatórios.
A discussão é a forma. A decisão de dar R$ 400 de auxílio está tomada. Se não for via PEC, vai ser via crédito extraordinário ou vai ser, como o próprio (ex-presidente Michel) Temer sugeriu, a calamidade. Tem 20 milhões de pessoas passando fome. Aí o Lula posta que, se fosse ele, faria em R$ 600. É uma discussão mais política, mas, se não for via a PEC dos precatórios, vai ser via crédito extraordinário.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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