Por Arno Kunzler
O senador eleito pelo Paraná Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, vai encontrar muita dificuldade para descobrir qual será seu papel durante o governo Lula.
Declaradamente oposição, Sergio Moro dividirá os holofotes com muitas outras lideranças, especialmente o próprio Jair Bolsonaro.
Além disso, Lula e o PT tentarão reduzir a Lava Jato às cinzas e farão isso de forma orquestrada. Em algum momento, inclusive, com o apoio dos que não desejam ver Moro crescer para não se tornar ameaça futura.
Moro terá que desenvolver uma habilidade política que até agora não demonstrou ter para sobreviver.
Ser oposição já tem um preço. Significa ser desprezado de todas as formas pelo governo.
Ser oposição e não ter o apoio da própria oposição pode ser o caminho para o fracasso.
O governador Ratinho Junior já sinalizou que vai procurar o presidente eleito para negociar os projetos de interesse do Paraná e provavelmente não levará consigo um senador de oposição, que julgou, condenou e mandou prender Lula.
Sergio Moro é uma personalidade internacional, que repercute em todos os lugares, tanto no Brasil como no exterior, mas para se manter ativo e continuar repercutindo precisa criar redes de contato nos moldes do presidente Jair Bolsonaro, caso contrário a imprensa nacional e os políticos poderão condená-lo ao ostracismo.
Arno Kunzler é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul – arno@opresente.com.br