Padre Judinei Vanzeto
A Diocese de Palmas-Francisco Beltrão lançou a poucos dias pela plataforma online (Site da Diocese) o Curso Básico de Doutrina Social da Igreja. Iniciativa arguciada a partir de uma das suas ações pastorais propostas no XVI Plano da Ação Evangelizadora da Diocese.
Com as palavras da apresentação na obra intitulada “Compêndio da Doutrina Social da Igreja” o curso tem por objetivo apresentar a Igreja como: “perita em humanidade, em uma espera confiante e ao mesmo tempo operosa, continua a olhar para os “novos céus” e para a “terra nova” (2Pd 3,13), e a indicá-los a cada homem, para ajudá-lo a viver a sua vida na dimensão do sentido autêntico”.
A Doutrina Social da Igreja (DSI) é o conjunto de ensinamentos que a Igreja possui sobre os problemas de ordem social através de cartas, pronunciamentos, encíclicas e outros documentos. Do ponto de visto cronológico, delimita-se esse fato a partir da intervenção de Leão XIII (1878-1903) com a encíclica “Rerum Novarum” (As coisas novas), do ano de (1891) até nossos dias, com o Papa Francisco, com as Encíclicas Laudato Si – “louvado seja” e a Fratelli Tutti – “todos irmãos”.
A DSI, portanto, é o conjunto de encíclicas que versam sobre a questão social. Seu marco primeiro foi a Rerum Novarum, que surgiu no contexto da revolução Industrial. A Encíclica, de Leão XIII, como o primeiro documento e a carta magna da Doutrina Social da Igreja. Leão XIII é a figura representativa da Doutrina Social da Igreja e este documento passou para a posteridade como referência desta doutrina social. De fato, decorrido mais de um século da data da sua publicação, são contínuas as referências feitas a ela: além do mais, a encíclica em questão é sempre considerada como um documento que assinala um marco na história. No entanto, essa data tem um valor apenas indicativo. Por isso, mais do que fixar o começo em um ano concreto ou um documento determinado, parece-nos preferível considerar Leão XIII, forma geral, como o iniciador da DSI.
A Rerum Novarum, no entanto, dá início a um novo caminho: inserindo-se numa tradição plurissecular, ela assinala um novo início e um substancial desenvolvimento do ensinamento em campo social. “Transformar a realidade social com a força do Evangelho, testemunhada por mulheres e homens fiéis a Jesus Cristo, sempre foi um desafio e, e no início do terceiro milênio da era cristã, ainda o é. O anúncio de Jesus Cristo, ‘boa-nova’ de salvação, de amor, de justiça e de paz, não é facilmente acolhido no mundo de hoje, ainda devastado por guerras, misérias e injustiças; justamente por isso o homem do nosso tempo mais do que nunca necessita do Evangelho: da fé que salva, da esperança que ilumina, da caridade que ama”.
Ademais, a “Doutrina Social da Igreja, efetivamente, tem sua fonte na Sagrada Escritura, a começar do Livro do Gênesis e, em particular, no Evangelho e nos escritos dos tempos apostólicos. Dedicar atenção aos problemas sociais faz parte desde o início do Ensino Social da Igreja. O próprio termo “encíclica”, aliás, quer dizer “circular”, em sua origem grega. No sentido religioso é uma Carta circular pontifícia. Este tipo de documento, de caráter oficial, tem alcance universal, normalmente em razão tanto de seu conteúdo como de seus destinatários. São os problemas sociais, políticos e econômicos que constituem o objeto preferencial das encíclicas pontificais, que fazem parte do magistério ordinário da Igreja”.
Além disso, o “cristão sabe poder encontrar na doutrina social da Igreja os princípios de reflexão, os critérios de julgamento e as diretrizes de ação donde partir para promover esse humanismo integral e solidário. Difundir a tal doutrina constitui, portanto, uma autêntica prioridade pastoral, de modo que as pessoas, por elas iluminadas, se tornem capazes de interpretar a realidade de hoje e de procurar caminhos apropriados para a ação: ‘O ensino e a difusão da doutrina social fazem parte da missão evangelizadora da Igreja’”.
Para aprofundar o assunto sobre a DSI, sugiro buscar no próprio site da diocese: ead.diocesepalmasbeltrao.com.br.
Padre, SAC – Jornalista e pároco da Paróquia São Roque de Coronel Vivida-PR