O que são doenças osteomusculares?

Graças à parceria entre ossos e músculos é que conseguimos andar, correr, dançar, nos movimentar, apanhar objetos e executar as tarefas do dia a dia, das mais simples às mais complexas. Mas o envelhecimento provoca alterações hormonais e fisiológicas que podem deteriorar esses tecidos e causar doenças osteomusculares, como a osteopenia, osteoporose e a osteossarcopenia, impactando a qualidade de vida das pessoas.

A osteopenia é a perda gradual da massa óssea — redução de 10% a 25% da massa óssea normal — e é um estágio que antecede a osteoporose, doença que provoca perda progressiva da massa óssea, deixando os ossos porosos, aumentando o risco de fraturas no fêmur, pulsos e na coluna vertebral, principalmente nas mulheres.

Segundo dados da Fundação Internacional da Osteoporose (IOF, na sigla em inglês), a doença atinge 200 milhões de mulheres em todo o mundo, e uma em cada três sofrerá alguma fratura óssea a partir dos 50 anos. No Brasil, a estimativa é que a doença afeta 33% das mulheres desta faixa etária. O órgão estima ainda que 17,6% nas mulheres latino-americanas têm osteoporose vertebral após os 50 anos e quase 50% osteopenia vertebral, fatores que aumentam a fragilidade dos ossos e a suscetibilidade à fratura. Já entre o público masculino, o risco de desenvolver osteoporose é bem menor, de 20%.

A estrutura do nosso esqueleto vive em constante renovação. Ganhamos massa óssea até os 20 anos de idade e perdemos com maior velocidade após os 40. A partir dos 60 anos, a perda de Densidade Mineral Óssea (DMO) e de massa muscular chega a ser de 1% ao ano, e de força muscular de 2,5 a 3%. E exatamente quando ocorre perda de massa óssea junto com redução da massa muscular é que surge a osteossarcopenia.

A osteossarcopenia provoca um desequilíbrio na relação entre osso e músculo, causado pela diminuição de massa muscular e óssea, aumentando o risco de quedas, fraturas e outros traumas físicos, elevando, inclusive, o risco de morte, principalmente em idosos. As mulheres são as mais afetadas pela doença, que surge na pós-menopausa. “Isso porque as mudanças hormonais que acompanham essa fase da vida feminina interferem de forma decisiva na perda e no ganho de massa óssea. O envelhecimento gera queda acentuada do estrogênio, hormônio importante na fixação do cálcio no osso”, explica Hélio Osmo, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica.

A preocupação aumenta já que há uma tendência de envelhecimento da população. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5% até 2060. Ou seja, um quarto da população será idosa e terá maior propensão a desenvolver doenças osteomusculares.

Prevenção

Osmo lembra que a ingestão adequada de cálcio e vitamina D é imprescindível para a renovação óssea, principalmente após os 50 anos. “Se os alimentos não forem suficientes, é indicada suplementação tanto do mineral quanto da vitamina. Também existem produtos que podem melhorar a resistência do osso e impedir a degeneração, incentivando a reconstrução óssea para afastar o risco de fraturas”, acrescenta.

O especialista destaca, ainda, a importância do banho de sol para garantir a absorção de vitamina D, e da prática de exercícios físicos para estimular o ganho de força e massa muscular, essenciais para prevenir quedas e, consequentemente, fraturas.

Sinais e sintomas

A osteopenia e a osteoporose são doenças silenciosas e não apresentam sintomas. Em geral, são detectadas em estágio avançado, quando há deformação de ossos, dor crônica ou alguma fratura, que é a principal complicação. Já na osteosarcopenia, a redução muscular provoca diminuição da força e piora do desempenho físico. Com o passar dos anos fica difícil subir escadas, sentar, levantar, abaixar e até pegar um objeto que caiu no chão.

Como nem sempre as doenças osteomusculares dão sinais claros de que estão se instalando, para o diagnóstico o médico deve levar em conta os fatores elencados acima e a idade para solicitar, na rotina, o exame de densitometria óssea, recomendado a partir dos 45 anos para mulheres e dos 65 anos para homens. O exame analisa a densidade de ossos como da coluna lombar e do fêmur, um dos mais propensos a fraturas.

Além da idade, deficiência de produção hormonal e predisposição genética são fatores de risco para doenças osteomusculares:

• Alimentação pobre em cálcio e vitamina D

• Baixa exposição à luz solar

• Sedentarismo

• Tabagismo

• Consumo de álcool

• Uso de medicamentos como cortisona, heparina e os utilizados no tratamento de epilepsia.

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