“Eu preciso gritar por justiça por Kathlen. Não foi em vão. Não vai ser em vão. Ela foi a última. Gravem esse nome, não foi em vão”, afirmou a mãe da vítima, Jaqueline de Oliveira Lopes, ao sair da delegacia. Kathlen, de 24 anos, era designer de interiores, trabalhava numa loja de roupas em Ipanema (zona sul) e estava grávida de 14 semanas. O bebê também não resistiu.
A avó dela, Sayonara Fátima, que estava com a neta no momento em que ela foi baleada, também prestou depoimento, assim como o pai de Kathlen, Luciano Gonçalves, e o namorado dela, o tatuador Marcelo Ramos Silva.
A vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Nadine Borges, acompanhou os depoimentos e disse estar convicta de que houve um homicídio. “Foi muito chocante o que nós ouvimos, sobretudo da avó dela, que presenciou a cena do crime. O depoimento da avó só reforça os indícios de que houve homicídio por parte da Polícia Militar. Não há registro, no depoimento, de que houvesse confronto no momento. Apenas a existência de muitos tiros. O que ela disse é que ouviu muitos tiros e só viu policiais militares”, contou Nadine.
“A Polícia Civil vai ter que investigar isso com muita cautela, porque as evidências são muito fortes de um homicídio, de fraude processual (por supostamente terem alterado a cena do crime antes da realização da perícia), de crime de desobediência em relação à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal, que no ano passado proibiu a realização de operações policiais em favelas a não ser em situações extraordinárias). Essa operação configura uma afronta ao Supremo Tribunal Federal”, afirmou a advogada.
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