No curso de odontologia do Centro Universitário de Pato Branco (Unidep), a disciplina eletiva de Libras tem oportunizado um olhar inclusivo a alunos de três períodos, que estão sendo sensibilizados sobre a importância do acolhimento humanizado da pessoa surda em contextos de saúde. A partir da disciplina, será desenvolvido um projeto de atendimento a surdos realizado na Clínica Escola do curso.
A coordenadora do curso de odontologia, professora Christiana Almeida Salvador Lima, conta que além dessa disciplina, os alunos podem escolher entre outras seis disciplinas oferecidas ao longo do curso. “Neste semestre, a disciplina ofertada é a de Libras, em que todos os alunos do curso poderiam se matricular nela. Há, até o presente momento, 66 alunos inscritos e participando dela”, frisa.
Para a professora Christiana, esse tipo de disciplina contribui para a formação humanizada dos alunos, especialmente no refere-se à atuação do profissional de odontologia. “Com a inclusão, os acadêmicos adquirem uma nova percepção de vida, assim como a sensibilidade de que cada ser humano é único e com características que constituem a grandeza que é o ser humano. Estar numa disciplina como a de Libras permite trabalhar a inclusão, mas, acima de tudo, o respeito e o cuidado às pessoas”, destacou.
A disciplina é ministrada pela professora e intérprete de Libras, Luciana de Freitas Bica. Nela, os alunos estudam a história do surdo no Brasil e no mundo, em que aprendem os sinais básicos, para os primeiros contatos com o sujeito surdo, o que contempla desde o alfabeto até frases do cotidiano usadas no atendimento clínico. “Os acadêmicos compreendem que adotar a Libras enquanto idioma é uma prática de inclusão”, ressalta Luciana.
Para ela, a inserção da Libras no campo da saúde é uma vitória para a comunidade surda. “Ainda há poucos profissionais que fazem atendimentos na área da saúde, especialmente na odontologia. A Língua Brasileira de Sinais, na maioria das faculdades, é ofertada somente nos cursos da área da educação, então culturalmente ela não é escolhida como eletiva pelos futuros profissionais na área da saúde. Nós, do Unidep, mudamos essa realidade, inclusive somos reconhecidos pela Federação Nacional dos Surdos (Feneis/PR) em virtude dessa postura”, completa.
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