Embora muitas pessoas tenham sido pisoteadas durante saques e correrias, há indícios de que parte das mortes pode ter sido causada por tiros e outros atos intencionais. A ministra interina Khumbudzo Ntshavheni afirmou que que a polícia trabalha com a possibilidade de assassinato em ao menos 213 casos. A Anistia Internacional também está investigando as mortes.
A ministra interina confirmou na quarta-feira que quatro pessoas presas por supostamente terem instigado a violência dos últimos dias – identificadas como Bruce Nimmerhoudt, Sibusiso Mavuso, Clarence Tabane e Ngizwe Mchunu – já compareceram perante os tribunais sul-africanos.
Os tumultos eclodiram após a prisão, no início do mês, do ex-presidente Jacob Zuma, condenado a 15 meses de prisão por desacato ao tribunal. Protestos a seu favor se transformaram em uma onda de saques nas áreas dos municípios de duas províncias, Gauteng e KwaZulu-Natal, se estendendo a outras áreas municipais.
A pobreza generalizada e a desigualdade no país também contribuíram para a onda de agitação, que incluiu saque generalizado de shoppings, incêndio de caminhões de carga e armazéns e barricadas em duas das principais rodovias do país.
Em KwaZulu-Natal, estima-se que os tumultos causaram prejuízo da ordem de US$ 1,37 bilhão. Mais de 160 shoppings, 11 armazéns e oito fábricas da região foram amplamente danificados. A extensão dos danos em Gauteng ainda está sendo avaliada.
Saída para funeral
Nesta quinta-feira, Zuma recebeu permissão para deixar a prisão em Estcourt, no leste do país, e assistir ao funeral de seu irmão, Michael, em KwaZulu-Natal. Ele retornou à prisão no fim da tarde.
Zuma foi condenado por desafiar uma ordem do Tribunal Constitucional, o mais alto do país, de testemunhar na comissão de inquérito que investigou alegações de corrupção durante o seu mandato como presidente de 2009 a 2018.
Além de sua sentença por desacato ao tribunal, Zuma está sendo julgado por corrupção decorrente de uma compra de armas na África do Sul em 1999. Esse caso foi adiado até 10 de agosto, enquanto o juiz decide se Zuma deve ser autorizado a comparecer ao julgamento pessoalmente no Supremo Tribunal de Pietermaritzburg. (Com agências internacionais)
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