No momento, não há evidências de que a variante delta do vírus seja mais letal, apenas mais transmissível. O assessor regional para doenças virais da Opas, Jairo Mendez, afirmou que as mutações são um processo normal que ocorre com outros organismos do gênero, como influenza, que causa a gripe. A variantes não costumam ser necessariamente mais agressivas, mas sim mais contagiosas, em uma vantagem evolutiva. No entanto, com um número maior de infectados, é possível um aumento da mortalidade, em virtude das proporções, apontou o assessor.
Segundo Mendez, as vacinas aprovadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) vem se mostrando eficazes contra variantes até agora, ainda que nenhuma seja 100% eficaz, lembrou. O assessor reforçou a importância de manter as medidas de precaução, o isolamento social e o uso de máscaras, incluindo no período entre a primeira e a segunda aplicação da vacina.
Heriberto García, diretor do Instituto de Saúde Pública do Chile, afirmou que as vacinas devem ir se modificando para serem mais eficientes contra variantes, um processo que já ocorre com o influenza. Sobre a porcentagem de vacinados para alcançar a imunidade de rebanho e impedir a propagação do vírus, avaliou que os 80% citados com frequência eram uma estimativa, e que o tema irá depender da eficácia das doses na população.
Quanto aos riscos da variante delta para a América Latina, Mendez ponderou o tema, indicando que a alpha, identificada pela primeira vez no Reino Unido, não teve grande impacto na região, enquanto a gama, sequenciada inicialmente no Brasil, foi mais predominante.
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