Durante entrevista coletiva virtual, Etienne disse que a covid-19 “continua a devastar famílias” na região, mesmo que parte das Américas “esteja passando por algum alívio”. Na América do Norte, as tendências gerais são de baixa nos casos, mas há áreas com transmissão ainda em alta, como no Estado de Baja California, no México, e na província de Yukon, no Canadá.
Na América do Sul, Brasil, Colômbia e Equador “continuam a reportar um número elevado de novos casos da covid-19”, afirmou a autoridade da Opas. Em Peru e Bolívia, houve queda nos registros. “Tem sido encorajado ver todos os quatro países do Cone Sul registrando menos casos ao longo das últimas duas semanas.”
Etienne afirmou que tem havido progresso nas vacinações, mas em quadro muito desigual. “Uma em quatro pessoas de nossa região foi totalmente imunizada e mais de 600 milhões de vacinas foram administradas”, disse. “Porém mais da metade dessas doses foram aplicadas em apenas um país, os Estados Unidos.”
Outros países têm feito “trabalho notável” na vacinação, disse ela, citando Uruguai e Chile como exemplos, ambos com cerca de 50% da população totalmente vacinada. O Canadá, por sua vez, já cobriu mais de 30% da população.
No início da coletiva, Etienne lamentou o assassinato do presidente do Haiti. Ela disse que a entidade segue comprometida em ajudar a saúde no país, mas lembrou que ele ainda não recebeu vacinas, o que a Opas pretende mudar. Anteriormente, o governo haitiano havia rechaçado um lote da AstraZeneca, no Instrumento Covax, afirmando que essa opção tinha efeitos colaterais.
Variante Delta
Carissa Etienne também afirmou que a variante delta da covid-19 já foi detectada em 15 países das Américas. Segundo ela, porém, é “difícil prever” neste momento qual será o impacto da disseminação dessa cepa na região.
A diretora notou que esta variante tem avançado pelos EUA, já sendo a dominante em alguns dos Estados desse país. Não está claro, porém, se o mesmo pode ocorrer em outras nações das Américas, disse ela.
De qualquer modo, Etienne insistiu na necessidade de que os países reforcem medidas já sabidas para conter os contágios, como a lavagem de mãos, o uso de máscaras e o distanciamento social. Ela também defendeu que se vacinem completamente os mais vulneráveis, antes de se partir para vacinar crianças, menos sujeitas a casos graves da doença.
Em outro momento da coletiva, o diretor assistente da Opas, Jarbas Barbosa, comentou que não há evidências científicas até agora de que “se deve ou se pode” tomar vacinas contra a covid-19 de marcas distintas, em cada uma das duas doses. Segundo ele, há vários estudos em andamento sobre essas possibilidades, mas até agora nada conclusivo. “A recomendação atual é tomar as duas doses da mesma vacina contra a covid-19” disse ele.
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