Operação Antigua da PF combate organização de tráfico de drogas

A Polícia Federal deflagrou, hoje, 09 de abril, a Operação Antigua, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas. A ação mobilizou cerca de 80 policiais federais, com o apoio do Comando de Aviação Operacional (CAOP) e do Grupo de Pronta Intervenção (GPI), e teve como foco grupos com atuação no Brasil e conexões no exterior.

A investigação revelou que a quadrilha era responsável pela internalização de entorpecentes vindos do Paraguai e da Bolívia, utilizando rotas estratégicas e métodos sofisticados de lavagem de dinheiro para ocultar os lucros obtidos com o tráfico.

Com estrutura consolidada nos estados do Pará e do Paraná, especialmente em Cascavel, o grupo mantinha infraestrutura para armazenamento e distribuição de drogas, além de uma rede de operadores financeiros encarregados de movimentar recursos ilícitos, garantindo a continuidade das atividades criminosas.

Os criminosos atuavam principalmente com cocaína, utilizando veículos de luxo com compartimentos ocultos (fundos falsos) para atravessar a fronteira com o Paraguai, dificultando a detecção pelas autoridades. Após a entrada no Brasil, os entorpecentes eram fracionados na cidade de Cascavel, ponto estratégico na logística do grupo, e, em seguida, enviados para outros estados, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro.

No estado do Pará, os indícios apontam que a droga ingressava no território brasileiro por meio do rio Amazonas, a partir da Bolívia. As cargas eram armazenadas e fracionadas em fazendas localizadas em Monte Claro/PA, para posterior redistribuição a outras regiões do país.

As investigações, iniciadas em julho de 2023, resultaram em pelo menos oito flagrantes diretamente relacionados à organização criminosa, sendo cinco por transporte de cocaína e os demais envolvendo crack e maconha.

Foragidos na Alemanha e atuação internacional

Dois integrantes do grupo encontram-se foragidos na Alemanha. A Justiça Federal de Cascavel/PR autorizou a inclusão dos nomes na difusão vermelha da Interpol (Red Notice), medida que permite a solicitação internacional de prisão. Apesar das diligências realizadas em território europeu, os investigados ainda não foram localizados.

Lavagem de dinheiro e aquisição de propriedades rurais

Durante a apuração, a Polícia Federal identificou que o grupo adquiriu diversas propriedades no estado do Pará, utilizadas tanto para fins de lavagem de dinheiro quanto para armazenamento e movimentação de entorpecentes. Duas dessas propriedades, denominadas “Fazenda Vera Cruz” e “Fazenda Vera Cruz III”, fazem referência direta à Operação Vera Cruz, deflagrada em 2012 para desmantelar a mesma organização criminosa.

As fazendas estão situadas em áreas próximas a cursos d’água, indicando o uso de embarcações como meio de transporte para a droga. A estrutura logística visava o controle de um braço estratégico do rio, o que permitia a movimentação de grandes quantidades de entorpecentes com discrição.

Mandados judiciais e bloqueio de bens

A Justiça Federal de Cascavel expediu 54 medidas cautelares, cumpridas nos estados do Paraná – nas cidades de Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu e Boa Vista da Aparecida – e do Pará, no município de Monte Alegre. Entre as medidas da Operação Antigua estão:

  • 12 mandados de prisão preventiva
  • 1 medida cautelar de monitoração eletrônica
  • 20 mandados de busca e apreensão
  • 21 mandados de sequestro e bloqueio de bens móveis, imóveis e valores

Além disso, oito fazendas localizadas em Monte Claro/PR, ligadas à organização, também estão sendo bloqueadas judicialmente.

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