Nesta quarta-feira, 19 de junho, o Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 6ª Promotoria de Justiça de Toledo, junto com a Polícia Civil do Estado do Paraná, a partir do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc) de Pato Branco, executaram 92 ordens judiciais na segunda fase da Operação Carga Fria.
A operação investiga uma organização criminosa envolvida na distribuição de drogas do Paraná para Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os mandados, incluindo 11 de prisão preventiva, foram expedidos pela Vara Criminal de Toledo e cumpridos simultaneamente em cinco estados: Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.
Além das prisões, foram executadas ordens de bloqueio de bens móveis, imóveis e ativos financeiros de 24 pessoas e 13 empresas. Também houve o sequestro de 17 veículos, incluindo caminhões e carros. As Polícias Civil do Rio de Janeiro e Minas Gerais, a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, o Gaeco do MP de Santa Catarina, a Polícia Federal e o Centro Integrado de Operações de Fronteira de Foz do Iguaçu prestaram apoio à operação.
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Investigação
As investigações começaram em março de 2023, quando quase duas toneladas de maconha foram apreendidas em um fundo falso de um caminhão frigorífico. Subsequentemente, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, outro caminhão frigorífico com fundo falso foi encontrado, contendo grande quantidade de munição de fuzil e um “bunker” instalado sob um chiqueiro de porcos em Toledo. As investigações revelaram que a distribuição de drogas era realizada usando caminhões com cargas frigorificadas para dificultar a fiscalização.
Lavagem de Dinheiro
Os lucros do tráfico de drogas eram lavados por meio da aquisição de bens móveis, imóveis e ouro. Os líderes da organização exibiam um alto padrão de vida, com imóveis de luxo, viagens, carros de luxo e veículos aquáticos. Em quatro anos, a organização movimentou mais de R$ 100 milhões através de valores em espécie e transações bancárias em contas de “laranjas” e testas de ferro, muitas delas empresas de fachada.
Entre os investigados está um policial civil de São Paulo, afastado na primeira fase da Operação Carga Fria e agora com prisão preventiva decretada. Outro alvo é um jornalista, proprietário de um jornal digital no Rio de Janeiro, suspeito de gerenciar a contabilidade e as contas bancárias do esquema criminoso.
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