A ação policial ocorreu na Vila do João e Vila dos Pinheiros. Em consequência, 36 escolas (entre elas o principal câmpus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão) e quatro postos de saúde não funcionaram. As três vias expressas mais importantes do Rio (Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela) foram interditadas várias vezes, de manhã e à tarde. As interrupções foram provocadas por criminosos ou pela polícia, em trechos perto do conjunto de favelas.
O complexo da Maré é delimitado pela Avenida Brasil e pela Linha Vermelha. As vias, nesse trecho, são paralelas. A Linha Amarela liga as duas.
Segundo o governo fluminense, os setores de inteligência das polícias receberam a informação de que uma facção criminosa invadiria uma favela dominada por um grupo criminoso rival. Foram mobilizados então 120 policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da PM, e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil. Com o apoio de helicópteros e veículos blindados (conhecidos como “caveirões”), o efetivo foi às favelas, onde o confronto ocorreu.
Todos os oito alvejados foram levados ao Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte, onde cinco morreram. Até às 15h haviam sido apreendidos sete fuzis, oito pistolas, uma réplica de arma de pressão de ar comprimido, uma granada, aproximadamente uma tonelada de maconha, 50 pés de maconha, 48 frascos de lança-perfume e 20 carros e motocicletas que haviam sido roubadas ou furtadas.
Escola é metralhada
Durante o confronto entre policiais e criminosos, a sede do Projeto Uerê, projeto social que funciona há mais de 20 anos na Maré, foi atingida por disparos, segundo a fundadora, Yvonne Bezerra de Melo. Ninguém se feriu, mas houve susto e pânico. Em função de experiências anteriores, o prédio da instituição tem, nas paredes e no teto, placas que avisam e pedem: “Escola. Não Atire”.
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