Operação Rota Sudoeste mira tráfico de drogas

A Polícia Civil do Paraná (PCPR), por meio da Divisão Estadual de Narcóticos (DENARC) – Núcleo Pato Branco – e da 19ª Subdivisão de Polícia de Francisco Beltrão, deflagrou nesta segunda-feira, 15 de abril de 2025, a Operação Rota Sudoeste, voltada ao combate de uma organização criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas e na lavagem de dinheiro.

As investigações tiveram início em junho de 2023, após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreender cerca de cinco toneladas de maconha em um caminhão no município de Francisco Beltrão (PR). O motorista foi preso em flagrante, mas, liberado cinco meses depois, retornou à atividade criminosa, chegando a adquirir caminhões avaliados em aproximadamente R$ 2 milhões.

Ao longo de quase dois anos, a PCPR identificou diversos integrantes da organização criminosa (ORCRIM), que atuava no transporte de drogas adquiridas em áreas de fronteira até a região sudoeste do Paraná, onde o entorpecente era armazenado temporariamente antes de ser distribuído para outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás.

O nome da operação faz referência à logística do grupo criminoso, que utilizava rotas alternativas para despistar ações de fiscalização, empregando veículos batedores — muitos deles locados para dificultar o rastreamento.

Em 14 de fevereiro de 2025, nova apreensão foi realizada pela Polícia Civil de São Paulo, interceptando aproximadamente cinco toneladas de maconha ocultas em bags de farinha de trigo, destinadas ao estado de Goiás.

Parte da droga enviada ao Centro-Oeste foi vinculada a alvos presos em 28 de março de 2025 durante a Operação Chiusura, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Um casal preso em Goiânia levava vida de alto padrão e utilizava contas bancárias de duas empresas distintas para dissimular os valores oriundos do tráfico de drogas.

A investigação revelou que uma das contas bancárias utilizadas pelo casal, pertencente à empresa Barbosa Transportes, foi empregada no pagamento da droga fornecida pela ORCRIM paranaense. Também foram identificadas movimentações em contas pessoais da proprietária e de seu filho, nomeado em 2023 como assessor parlamentar na Câmara Municipal de Goiânia.

A movimentação financeira se dava por meio de contas de familiares e empresas de fachada, utilizadas para o branqueamento de capitais. Quatro dessas empresas estão registradas em Francisco Beltrão, atuando nos setores de alimentação, entretenimento, cosméticos e hotelaria.

Outra carga foi interceptada em 1º de abril de 2025, em Simão Pereira (MG), pela PRF, em um semirreboque da mesma empresa de transporte envolvida. Na ocasião, foram apreendidos 2.800 kg de maconha, um fuzil e uma pistola 9mm.

O líder do grupo, que residia em edifício de alto padrão em Francisco Beltrão, mantinha dois estabelecimentos comerciais registrados em nomes de terceiros, integrando a alta sociedade local sem levantar suspeitas. Em dois anos, o grupo movimentou mais de R$ 52 milhões em contas analisadas.

A operação mobilizou cerca de 120 policiais civis e cumpre 13 mandados de prisão preventiva, 24 de busca e apreensão, além do sequestro de veículos (automóveis e caminhões) e bloqueio de contas bancárias. No Paraná, os mandados estão sendo executados nos municípios de Francisco Beltrão, Manfrinópolis e Três Barras do Paraná, com participação de todos os núcleos da DENARC, unidades da 19ª e 5ª Subdivisões Policiais, GOA e NOC. Já em Chapecó (SC), a ação conta com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC).

Os valores bloqueados, bens apreendidos e os que ainda serão localizados a partir da análise das provas obtidas estão em fase de apuração.

A Polícia Civil do Paraná destacou a relevante colaboração da Polícia Rodoviária Federal, cuja atuação foi essencial ao longo da investigação, reforçando a importância do trabalho conjunto entre as forças de segurança no combate ao crime organizado.

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