Osteopenia: é hora de reverter este caso!

A população do Brasil está vez mais velha e com o aumento da população idosa, cresce o número de casos de lesões ósseas relacionadas a doenças como osteopenia e osteoporose.

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que o número de casos dessas doenças deve triplicar até 2050, chegando a 6,3 milhões no mundo. Os índices no Brasil também não são favoráveis, chegando a 10 milhões de pessoas diagnosticadas, de acordo com o Ministério da Saúde.

A farmacêutica, especializada em terapia ortomolecular, Daiani Calgaro, explica que a osteopenia é o quadro de saúde que antecede a temível osteoporose, por isso todo cuidado é necessário para evitar a evolução para contextos mais graves.

A osteopenia é uma doença silenciosa que, de forma gradual e natural, vai reduzido a massa óssea com o passar dos anos e a não adesão ao tratamento adequado. “Esta doença é caracterizada por um processo de descalcificação dos ossos, os quais ficam mais frágeis e suscetíveis a fraturas”, explicou Daiani. 

Com relação ao surgimento da doença, a farmacêutica explica que a doença “não costuma apresentar sintomas, mas as causas estão muito atreladas ao envelhecimento por questões de baixa hormonal e também pela saúde gastrointestinal”.

Além do envelhecimento que deixa os ossos mais porosos e da consequente baixa absorção de cálcio, especialistas afirmam que quadros de desnutrição, baixa exposição ao sol, sedentarismo e, fatores genéticos e hereditários podem contribuir para o surgimento da doença.

O diagnóstico da osteopenia é realizado através de um exame chamado de Densitometria Óssea e, de acordo com as diretrizes da OMS, o diagnóstico é confirmado a partir do momento em que a densidade mineral óssea é reduzida entre -1% e -2,5%. A partir dos resultados é possível prever o nível de desgaste do paciente, além dos riscos de lesão.

TRATAMENTO

Daiani Calgaro conta que na terapia ortomolecular existe o entendimento que a partir dos 30 anos o corpo começa a entrar em declínio e isso está diretamente ligado a qualidade digestiva e, consequentemente, a qualidade de absorção de nutrientes.

O problema do abuso na automedicação e demais doenças também são destacados pela especialista como fatores agravantes. “Na prática clínica é muito comum sintomas de desconforto gástrico, uso descriminados de ‘prazóis’ e antiácidos, colecistectomia (retirada da vesícula biliar), intestino preso, intestino irritável, alergias alimentares, flatulência, e muitos outros que interferem no aproveitamento do alimento ingerido”, comentou.

Segundo a farmacêutica, as situações elencadas são as principais causas de deficiência de cálcio e outros nutrientes importantes para prevenção da osteopenia. “Para reverter os casos de osteopenia, estes fatores deverão ser eliminados ou tratados”.

REVERSÃO

A especialista conta que com o tratamento adequado é possível, sim, reverter a doença. “Foi o caso de uma paciente que estava há 10 anos fazendo uso de suplemento com cálcio, mas o seu exame de densitometria sempre acusava o mesmo diagnóstico: osteopenia. A partir do momento que identificamos e tratamos as causas, passamos a suplementar corretamente e a paciente conseguiu reverter seu diagnóstico. Por isso reforço, se mantermos uma boa saúde digestiva e suplementação guiada de maneira adequada, não há doença que se instale no nosso corpo”, destacou.

A saúde gastrointestinal é primordial para reversão desta doença. “Isso envolve uma boa alimentação, livre de alimentos inflamatórios e ultraprocessados, além disso, a prática de atividades físicas, exposição ao sol regularmente, saúde mental e espiritual são forte aliados”, argumentou.

Daiani Calgaro, farmacêutica especializada em terapia ortomolecular, CRF/PR 27155

INCIDÊNCIA

Com relação aos números de casos da doença, os registros levam a um número de ocorrências muito maior no público feminino. “Nós mulheres somos mais acometidas por esta doença do que homens”, disse.

A farmacêutica explica que na mulher ocorre uma queda abrupta dos níveis hormonais (menopausa) e essa redução hormonal do estrogênio, que é o hormônio que ajuda a equilibrar a saúde dos ossos no corpo feminino, contribui para o processo de enfraquecimento ósseo. “Já os homens, como adquirem maior massa óssea na puberdade, e também pela quantidade de testosterona mais elevada, acabam apresentando uma perda óssea mais tardia”.

PREVENÇÃO

A osteopenia, se não tratada, pode evoluir para a osteoporose que é uma doença que em estágios mais avançados é incapacitante, por isso o tratamento preventivo se torna ainda mais importante e necessário.

“Independente da doença instalada, a terapia ortomolecular atua nas causadas de forma curativa e preventiva, ou seja, se você possui alguma doença, conseguimos associar o tratamento medicamentoso e melhoramos seu quadro de saúde a ponto de abandonar o uso de medicamentos. Nos casos de não haver uma doença diagnosticada, podemos trabalhar de forma preventiva, tratando sintomas e desequilíbrios que podem levar à uma doença”, garantiu.

Para evitar doenças como osteoporose e a osteopenia, que não têm cura, a indicação é de que as pessoas devem mudar hábitos ruins, adotando um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação balanceada e prática de atividades físicas.

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