Medalha de ouro nas duplas mistas no Rio-2016, junto com Antonio Leme e Evani da Silva – pela classe BC3 (deficiências mais severas) -, a paulista de Mauá recordou como foi a edição do megaevento no Brasil. “Mesmo em casa, com a torcida e a nossa família nos apoiando, não éramos os favoritos. Era tudo novidade. Entramos nos divertindo. Quando vimos, estávamos na final e fomos campeões”, relembrou.
Evelyn também falou como tem se preparado para a sua segunda participação em Jogos Paralímpicos e as suas expectativas para tentar subir ao lugar mais alto do pódio novamente. De acordo com a atleta, o time que representará o Brasil na bocha está bastante entrosado. Inclusive, salientou que a equipe tem trabalhado junta desde 2018.
“São super atletas e eu sou super privilegiada pelo time que tenho: Mateus (Rodrigues Carvalho, atleta), Evani, os seus auxiliares, o nosso técnico Barata (Vagner Lopes Lima)… A gente, graças a Deus, ao longo desses anos tem construído uma amizade. Mais do que o trabalho dentro da quadra, temos uma afinidade fora também. E isso fortalece a nossa confiança para a competição”, disse.
A atleta começou na bocha aos 22 anos, após um convite de uma professora do SESI. Diagnosticada com uma doença congênita chamada atrofia muscular espinhal, Evelyn não possui os movimentos dos membros inferiores, além de ter limitação e comprometimento de força nos movimentos dos membros superiores. Desta forma, ela atua na classe BC3 e necessita de calhas (que também são chamadas de rampas ou canaletas) para realizar os lançamentos das bolas. “A calha é fundamental para a BC3, pois é com ela que fazemos os lançamentos. Quanto mais estável e mais precisa for a rampa, melhor para os atletas. Sentimos mais segurança”, destacou.
A calha levada por Evelyn ao Japão foi comprada em 2019. É um equipamento importado da Coreia do Sul. “É a melhor rampa que tem para a classe BC3. Sempre foi meu sonho ter esta calha. Eu assistia aos Mundiais e via os coreanos usando. Eles são precursores no uso deste tipo de rampa. Eu ficava babando e namorando ela pelas fotos e pelos vídeos do YouTube”, revelou a paulista.
“Faz muita diferença ter uma rampa de qualidade. Em 2016, fui campeã com uma rampa caseira, feita pelo meu pai, por um serralheiro, um marceneiro e outro profissional que trabalhava com acrílico. É possível ganhar um campeonato como uma calha amadora, mas, evidentemente, se você tem um material de ponta, a chance de sair à frente é maior”, concluiu.
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