A marca mais expressiva obtida foi a de ouros conquistados. Em Tóquio, os atletas superaram a quantidade de títulos obtida nos Jogos de Londres, em 2012, quando o País conquistou 21 medalhas douradas. Em números totais, o Brasil subiu ao pódio 72 vezes, mesma quantidade alcançada na Paralimpíada do Rio. Contudo, com medalhas em 14 modalidades diferentes, incluindo a estreante tae kwon do, os Jogos no Japão são a edição em que a delegação mais venceu por esportes diferentes – no Rio, foram 13.
Além de ficar entre os 10 melhores países ranqueados, o Brasil também atingiu as metas do CPB de ter mais de 38% de atletas mulheres na delegação, e contar com atletas jovens e atletas de classes baixas (com deficiências consideradas mais severas). Dos 234 atletas brasileiros com deficiência que estiveram em Tóquio, 95 eram mulheres (40% de toda a delegação), 68 eram atletas de classes baixas e 39 tinham menos de 23 anos.
Os objetivos alcançados foram comemorados pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado. “O CPB celebra, além da maior campanha de todos os tempos, o atingimento de todas as metas, como de participação de mulheres, participação de atletas jovens, participação de atletas de classes baixas. Aprendemos muitas lições que vamos colocá-las em prática nos três anos que restam até a próxima edição dos Jogos Paralímpicos, em Paris 2024.”
OUROS INÉDITOS – A melhor participação da história brasileira em paralimpíada teve a contribuição de ouros inéditos ou que há o tempo o País não conquistava. Foram quatro em modalidades que o País nunca havia sido campeão paralímpico: halterofilismo, goalball, paracanoagem e tae kwon do.
No Halterofilismo, Mariana D’ Andrea se tornou a primeira atleta a vencer um ouro para o Brasil na modalidade. O melhor resultado havia sido nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016, com a prata de Evânio Rodrigues.
Situação parecida com a paracanoagem. O sul-mato-grossense Fernando Rufino, de 36 anos, foi o primeiro campeão paralímpico brasileiro da história no esporte ao vencer a prova de 200m da classe VL2. Além de Rufino, o Brasil conseguiu duas pratas com Luís Carlos Cardoso, na prova dos 200m da categoria KL1, e Giovane de Paula, também nos 200m, pela categoria VL3. Em 2016, quando a modalidade estreou no programa paralímpico, o Brasil conquistou um bronze com o canoísta Caio Ribeiro.
Em esportes coletivos, o ouro inédito ficou por conta do goalball masculino. Depois de ótima campanha, que contou com duas vitórias sobre a Lituânia, campeã paralímpica em 2016, a equipe brasileira derrotou a China na final por 7 a 2.
Com Nathan Torquato, de 20 anos, o Brasil também se destacou vencendo o primeiro ouro da história do Tae Kwon Do em Jogos Paralímpicos. O esporte fez a sua estreia no programa em Tóquio. As três medalhas conquistadas pelos brasileiros (1 ouro, 1 prata e 1 bronze) em Tóquio colocou o País na liderança da modalidade no Japão. O resultado projeta um bom desempenho para os Jogos de Paris em 2024.
Também pelos tatames, Alana Maldonado conseguiu um ouro inédito para o Brasil. Lutando na categoria até 70kg, a paulista de Tupã se tornou a primeira brasileira a ser campeã paralímpica na modalidade, e a segunda a subir no lugar mais alto do pódio entre homens e mulheres. Até então, o único representante brasileiro a ser ouro em paralimpíadas era Antônio Tenório, tetracampeão paralímpico.
A nadadora Carol Santiago não foi a primeira campeã paralímpica da história do Brasil na natação, mas voltou a colocar as brasileiras no lugar mais alto do pódio pela modalidade depois de 17 anos. Dona de três ouros das cinco medalhas conquistadas, ela foi a maior medalhista brasileira em Tóquio. Com a ótima performance da nadadora, a natação brasileira teve o melhor desempenho do esporte em uma única edição dos jogos, voltando para casa com 23 medalhas (8 ouros, 5 pratas e 10 bronzes).
Ao todo, os brasileiros foram medalhistas de ouro em oito modalidades diferentes, a maior quantidade da história.
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