Com o início do outono no Hemisfério Sul à 0h06 (horário de Brasília) desta quarta-feira (20), as expectativas meteorológicas apontam para uma estação marcada por temperaturas acima da média histórica em todo o país. O enfraquecimento do fenômeno El Niño, aliado ao aquecimento global, contribui para esse cenário, segundo previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com as projeções, os meses de abril, maio e junho serão mais quentes em comparação com anos anteriores, exceto para o centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as temperaturas devem se manter dentro da normalidade. A coordenadora-geral do Inmet, Márcia Seabra, destaca que algumas áreas podem registrar temperaturas até 1 ou 2 graus acima da média ao longo de todo o período outonal.
Embora o fenômeno El Niño tenha atingido seu pico em dezembro do ano passado, seu enfraquecimento progressivo durante os últimos meses sugere uma transição para uma condição mais neutra ao longo do outono. Isso impacta diretamente na formação de chuvas, circulação dos ventos e temperatura em todo o Brasil.
No entanto, ao final do outono, há a possibilidade de surgimento do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. Isso pode resultar em chuvas abaixo da média na Região Sul e acima da média nas regiões Norte e Nordeste do país.
Quanto às chuvas, a previsão indica volumes abaixo da média histórica na maior parte das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, especialmente devido aos efeitos residuais do El Niño. Já nas regiões Sul e Sudeste, são esperadas chuvas acima da média, sobretudo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e sul de Minas Gerais.
No que diz respeito à agricultura, as previsões indicam possíveis desafios, como a redução dos níveis de água no solo no Matopiba, região que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Por outro lado, a previsão de chuvas acima da média em algumas áreas do Centro-Oeste e Sudeste pode beneficiar os cultivos de segunda safra.
Apesar das incertezas climáticas, o Inmet não prevê a ocorrência de geadas nas principais regiões produtoras de café durante o outono deste ano. No entanto, os volumes de chuva podem impactar as operações de colheita da primeira safra na Região Sul.
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