A campanha voltada para a conscientização e prevenção contra o câncer de mama, Outubro Rosa, está mobilizando todo o Brasil para que as mulheres possam detectar o câncer de forma precoce, reduzindo os riscos da doença avançar para estágios de difícil controle.
O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil, sendo 15 mil mortes por ano, exceto na região Norte, onde o câncer de colo de útero é o que mais mata.
Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos novos da doença no mundo, o que equivale a 11,6% de todos os cânceres. Dados no Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontaram que no ano de 2022 o Brasil deve diagnosticar 66 mil casos de câncer de mama. Desse montante, 99% será em mulheres e 1% em homens.
Quando descoberto nos estágios iniciais, um a cada três casos da doença pode ser curado. Porém, do total de casos no país, os diagnósticos avançados representam cerca de 40% dos casos. O Instituto aponta que uma entre doze mulheres no Brasil terá câncer de mama.
Entre os tipos mais comuns do câncer de mama está o carcinoma de células epiteliais, sendo os mais frequentes os ductais ou lobulares. As mulheres devem estar sempre atentas para o sintoma mais comum da doença que é o aparecimento do nódulo, que surge na maioria das vezes de forma indolor e duro.
Outros tumores de consistência branda e definidos também podem ser identificados como malignos, tornando de extrema importância sempre procurar ajuda médica para realizar os exames de prevenção regularmente ou quando identificar algo diferente no corpo.
O Inca fez um alerta sobre o medo e a desinformação serem os principais fatores que atrasam o diagnóstico precoce e o tratamento correto.
Referente aos óbitos, o instituto aponta que ocorreram, no ano de 2017, 16.724 mortes devido ao câncer de mama em mulheres, o que equivale ao risco de 16,16 por 100 mil.
Entre os fatores de risco listados, estão a idade acima de 50 anos, onde há maior incidência de casos. O aumento de risco para desenvolver a doença também pode ser relacionado a fatores genéticos e hereditários, além da menopausa tardia, sedentarismo, obesidade, entre outros.
Pato Branco
O mês de outubro tem sido marcado por ações de conscientização contra o câncer de mama em Pato Branco. Os eventos são realizados pelo Gama e pela Secretaria de Saúde do município.
Entre as ações realizadas desde o início desse mês, aconteceram palestras educativas em empresas, indústrias, igrejas, escolas e estabelecimentos comerciais.
Dia D
O Dia D de Combate ao Câncer de mama acontecerá na praça Presidente Vargas, das 9h às 19h, no próximo sábado (22). Nesta data, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e Mãe Pato Branquense estarão abertas para coletas de preventivos, solicitação de mamografias, coletas de testes rápidos e orientações em saúde. As unidades de saúde atenderão das 9h às 16h.
A Caminhada Rosa do Gama também acontecerá no dia 22, com saída da praça Presidente Vargas, às 9h, além de um passeio ciclístico com grupos femininos com saída do mesmo local, às 15h.
Cabine fotográfica
Entre as 9h e 13h do sábado (22) também haverá uma cabine fotográfica como parte das ações de combate ao câncer de mama. A ação é uma parceria do Gama com a Print Diagnóstico por Imagem.
A cabine rosa estará disponível para as pessoas que forem até o local para participar das ações em alusão a campanha, quiserem tirar dúvidas. Na ocasião, poderão tirar uma foto e levar para casa. A legenda da foto será uma frase lembrando da importância de manter os cuidados e prevenir o câncer.
Finalização
No dia 26 de outubro haverá ações da campanha também no CEU das Artes e dos Esportes a partir das 8h30. Nesse mesmo dia a Secretaria Municipal de Esporte promoverá o Aulão Rosa de Ginástica, às 18h30.
O encerramento da campanha acontece na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no dia 29, às 19h, onde será realizada uma missa com participação do Coral Superação Gama.
Busca por exames
De acordo com a presidente da Casa de Apoio Gama, Cleusa Chiochetta, foi realizada uma avaliação da campanha até o momento, sendo que no início de outubro a procura por exames estava abaixo do esperado, porém, houve um aumento significativo após intensificar as ações do Outubro Rosa. “A gente fica muito feliz, porque a gente faz isso para chamar a atenção das pessoas para que procurem seus exames”, comenta.
Cleusa explicou que em 2021 foi muito abordado o fato de que os dados da Secretaria de Saúde apontavam a sobra de exames como mamografia e papanicolau. “A nossa preocupação era justamente a consequência disso, porque se todo ano nós temos 66 mil novos casos com as pessoas fazendo seus exames frequentemente, não fazendo vai aumentar. E foi o que aconteceu, 30% a mais. Então 30% de 66 mil é muita gente que está com o diagnóstico mais avançado com tratamento mais demorado e mais difícil e com menos chance de cura”, destaca.
Novembro azul
O câncer de próstata também está chamando a atenção pela sua alta incidência nos homens. De acordo com o Inca, em 2020, 65.840 casos foram registrados no Brasil.
A presidente do Gama destaca que o câncer de próstata é o segundo maior câncer, perdendo apenas para o câncer de mama e, por isso, tem abordado o tema em suas palestras do Outubro Rosa. “Nós vamos trabalhar também essa campanha e tenho pensado para quem vamos falar do Novembro Azul. Estou imaginando que vai ser para as mulheres mesmo”, comenta.
A necessidade de abordar o tema com as mulheres, segundo Cleusa, acontece para que elas convençam os companheiros, maridos, pais ou outros familiares para que procurem um médico e façam exames, porque “é muito difícil acessar eles, os homens não param para ouvir, não vão ao médico”.
De acordo com a presidente, há mais homens do que mulheres fazendo tratamento e frequentando a casa de apoio, sendo que geralmente estão mais debilitados e sempre acompanhados por mulheres.
“Eu creio que as mulheres que vão despertar esses homens para que se cuidem mais”, conclui.
Medidas para combater o câncer de mama
O Ministério da Saúde aproveitou o mês destinado a conscientização e prevenção do câncer de mama para anunciar a destinação de R$ 100 milhões em recursos destinados a cirurgias de reconstrução mamária pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a medida, o acesso a cirurgias de reconstrução mamária para os casos de mulheres submetidas a mastectomias ficarão mais acessíveis através do SUS.
Em matéria publicada pela Agência Brasil, a secretária de Atenção Especializada à Saúde, Maíra Botelho, destacou que é necessário aproveitar o período de campanha para conscientizar a população, sendo necessário que a população esteja informada sobre a doença e os profissionais sejam qualificados.
Maíra também enfatizou que o câncer de mama é uma preocupação real que deve ser lembrada em todos os meses do ano, sendo a reconstrução mamária uma “medida importante para retomar a autoestima e a vida normal das mulheres”.
A matéria também trouxe a chefe da mastologia de uma das unidades do Hospital do Câncer e médica do Instituto Nacional do Câncer, Fabiana Toneloto, afirmando que em sua experiência profissional, “mesmo com a reconstrução, o primeiro impacto pós-cirúrgico é muito difícil para as mulheres”.
“Os primeiros momentos de retirada do curativo e com o esposo são muito dolorosos. A reconstrução mamária ajuda a amenizar essa dor”, disse. Segundo a mastologista, nem toda a paciente é candidata à reconstrução mamária. “Há casos em que é melhor a reconstrução tardia e não imediata, para que a chance de cura seja maior”.
O Ministério da Saúde também assinou um acordo de cooperação técnica com a Caixa. Com a medida, cerca de 27 milhões de mulheres que acessem o aplicativo Caixa Tem terão acesso a informações de prevenção e combate ao câncer de mama.