Logo após a menina fazer a denúncia na prova, o pai, agora detido, foi chamado a dar explicações no Conselho Tutelar. “Ele repreendeu os filhos e os expulsou de casa”, afirmou Kondageski. O caso começou a ganhar repercussão a partir deste momento, antes mesmo de ganhar o Brasil amplificado pelas redes sociais, que distribuíram incansavelmente a imagem da prova. “Ele vai responder também por abandono de casa”, disse o delegado.
A menina de 13 anos autora da denúncia de violência doméstica tem mais três irmãos. Duas meninas de 16 e 14 anos e um menino mais novo, com oito anos. Havia outro bebê, que morreu com um ano, ainda quando a família vivia no Pará. Foi essa morte que teria, segundo o delegado Kondageski, motivado o início das agressões.
A mãe da menina de 13 anos, ao ser levada à delegacia, estava bastante abalada física e emocionalmente, como contou o delegado. Foram necessárias duas horas para ela admitir as agressões. “Ela tinha medo do agressor, mostrava uma dependência afetiva e monetária do homem, ela dizia que ele não deixava faltar nada para os filhos”, contou o delegado.
Na última sexta-feira, dia 3, após tomar conhecimento do caso, a Justiça determinou a prisão temporária do homem. Ele foi localizado no sítio da mãe na cidade de Vale do Anari. Ele estava escondido em um banheiro nos fundos do local.
Como denunciar
Recentemente, o governo de São Paulo sancionou lei que obriga condomínios residenciais e comerciais a informarem casos ou indícios de violência doméstica contra mulheres, crianças, adolescentes e idosos. É sabido que pelo menos outros 15 Estados, além do Distrito Federal, já criaram regras similares nos últimos anos.
Especialistas ouvidos para reportagem publicada pelo Estadão em setembro de 2021 recomendam que, ao presenciar uma situação de violência doméstica, ou até mesmo se houver qualquer desconfiança, a pessoa não deve interferir, mas comunicar as autoridades policiais. Há uma série de canais em que essas denúncias podem ser feitas: Disque 100 (número para denúncias do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) e Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, por exemplo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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