“A Maria Gadú é uma amiga e uma pessoa que eu tenho um respeito enorme pela sua gentileza, pelo seu talento. A Maria é puro amor!”, diz Sandra Peres. E a presença da cantora não é por acaso, afinal, Gadú tem também uma ligação forte com a natureza. “Ela foi criada no Xingu, tem parentes indígenas e, já há algum tempo, é uma pessoa muito importante no nosso país, como defensora das causas ambientais e indígenas”, conta a amiga Sandra Peres.
Quanto à nova música, Sandra destaca que sua ligação profunda com a natureza a levou a criar a composição, como ocorreu com outras obras da dupla. Ela explica que a riqueza da fauna e flora serviu de inspiração para compor Canção e aproveita para alertar para a necessidade da preservação. “A relação com a natureza é uma questão sempre presente, porque não dá para pensar em futuro se a gente não cuidar do presente, e cuidar do presente é a gente honrar a floresta, a natureza e tudo que está em volta da gente”, afirma Sandra, que já conta quase 30 anos com esse trabalho ao lado de Paulo Tatit.
“A Canção para Fauna e Flora foi uma melodia que eu criei, pois sou mais melodista que letrista e, quando eu chamei o Luiz (Tatit), eu falei: vamos pensar em abordar alguns biomas, porque tem tanta floresta, tanto bioma lindo no Brasil e a gente não precisa falar só de um”, explica Sandra. E foi assim que surgiu a música, que fala da Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Mangue.
Sandra tem esse lado de cuidado com o meio ambiente arraigado dentro dela, algo que vem de muito tempo. Como ela conta, desde pequena frequentava uma área de proteção permanente, que agora ela é proprietária. “Esta área é bastante preservada, é um maciço de Mata Atlântica e tem 17 nascentes. Meu trabalho aqui é, por enquanto, porque tem projeto para o futuro, zelar para que tudo se mantenha em pé, para que a água não seja contaminada, para que não exista extração e nenhum outro tipo de possibilidade de violência contra essa natureza e os animais que nela habitam.”
Nesse projeto, a Palavra Cantada contou com Cecília Esteves, criadora da animação, os músicos Ricardo Mosca (bateria), Paulo Santos (percussão) e Webster Santos (guitarra e no violão) e arranjos de Ruriá Duprat.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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