
A pirataria, o contrabando e o descaminho se consolidaram como um dos maiores males da sociedade brasileira, gerando prejuízos que ultrapassam centenas de bilhões de reais por ano. O alerta foi feito pelo advogado Marcelo Toledo de Camargo, especialista em propriedade industrial, durante palestra realizada na Associação Empresarial da região, em evento promovido pelo NUJUR – Núcleo Jurídico da entidade.
Segundo Camargo, o crime organizado tem utilizado a pirataria como um de seus principais braços de atuação, fortalecendo redes criminosas e ampliando a evasão fiscal.
Prejuízos bilionários crescem 27% em 2024
Dados recentes confirmam a gravidade da situação. Em 2024, os prejuízos causados pela pirataria e contrabando no Brasil superaram R$ 471 bilhões, um aumento de 27% em relação a 2023.
Os setores mais afetados foram:
- Bebidas alcoólicas: R$ 86 bilhões em perdas;
- Vestuário: R$ 51 bilhões;
- Combustíveis: R$ 29 bilhões.
Além do impacto direto no setor privado, o Estado perde bilhões em arrecadação, comprometendo investimentos em áreas essenciais.
Como as empresas podem se proteger
Para o especialista, a proteção da propriedade industrial é indispensável, já que o principal ativo de uma empresa é sua marca. A defesa deve estar concentrada na proteção de ativos, marcas registradas e direitos autorais.
Camargo destacou que a tecnologia tem se mostrado uma aliada importante no combate à pirataria, permitindo mapear e identificar infratores. No entanto, há também um desafio crescente: organizações criminosas estão utilizando inteligência artificial e recursos digitais avançados para falsificar produtos com alto nível de semelhança com os originais.
Conscientização é chave para empresários do Sudoeste
O tema foi escolhido para o Café ACEPB justamente pela relevância regional. A coordenadora do NUJUR, Dra. Elaine Dias, ressaltou que o Sudoeste do Paraná é um corredor estratégico utilizado pelo crime organizado.
“Estamos numa região próxima a rotas de contrabando, o que torna essencial discutir esse tema com nossa sociedade”, afirmou.
O evento, o primeiro promovido pelo núcleo jurídico da entidade, buscou conscientizar e orientar os empresários associados, reforçando que a pirataria não afeta apenas a economia, mas também:
- desestimula a inovação,
- reduz a geração de empregos,
- e em muitos casos coloca em risco a saúde e a segurança dos consumidores.
A união entre setor privado e poder público é considerada fundamental para enfrentar o problema, que compromete a arrecadação de impostos e financia outras atividades criminosas.
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