O governo do Paraná emitiu nesta terça-feira (7) a Licença de Instalação (LI) do Complexo Eólico Palmas II, um dos maiores investimentos privados em energia renovável do Estado. O documento foi entregue pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior aos representantes da Vento Sul Energia, durante cerimônia no Palácio Iguaçu, em Curitiba. A licença foi emitida pelo Instituto Água e Terra (IAT) e autoriza o início das obras, com validade até 2031.
Com potência instalada de 504 megawatts (MW), o projeto em Palmas, no Sudoeste do Paraná, receberá R$ 3,5 bilhões em investimentos. Serão implantadas 72 turbinas de 7 MW cada, fabricadas pela Weg, com torres de concreto de 160 metros de altura. O complexo ocupará cerca de 145 hectares, distribuídos em sete parques eólicos.
Geração de energia e empregos
O empreendimento deve produzir aproximadamente 150 mil megawatts-hora (MWh) por mês, energia suficiente para abastecer 300 mil domicílios — cerca de 1,2 milhão de pessoas. A construção terá duração de cerca de dois anos e deve criar até 5 mil empregos diretos e indiretos, com prioridade para a contratação de mão de obra local.
Segundo o governador Ratinho Junior, o projeto representa um marco para o desenvolvimento do Sudoeste e reforça o compromisso do Paraná com uma matriz energética limpa e sustentável. Ele destacou que o potencial eólico de Palmas, antes pouco explorado, agora se transforma em fonte de riqueza e oportunidades para a região.
“O Paraná cresce cerca de 6% ao ano, e para manter esse ritmo precisamos garantir segurança energética aos investidores”, afirmou o governador.
Avanço ambiental e técnico
O presidente do IAT, Everton Souza, ressaltou que o Estado oferece segurança jurídica e técnica para projetos ambientais, permitindo que empreendimentos de grande porte avancem com rapidez e responsabilidade. Segundo ele, o IAT atua para integrar as demandas municipais, gerando renda, emprego e qualidade de vida sem impactar o meio ambiente.
Pedro Dias, diretor-executivo do IAT, explicou que o projeto passou por um processo de evolução tecnológica: “O complexo começou previsto para 200 MW e 100 torres. Hoje, é mais eficiente, com menos torres e o dobro da capacidade de geração.” Ele destacou que os estudos eliminaram qualquer necessidade de corte florestal e garantiram o respeito à fauna e flora locais, após audiências públicas com a comunidade e produtores rurais.
Conexão ao Sistema Elétrico Nacional
Com a licença ambiental emitida, a Vento Sul Energia está autorizada a iniciar a montagem das torres, acessos, subestações e demais estruturas. Também iniciará a conexão do complexo ao Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio de uma linha de transmissão de 525 kV, ligando a Subestação Coletora de Palmas ao ponto de conexão da Eletrosul em General Carneiro.
Após a conclusão das obras, a empresa solicitará ao IAT a Licença de Operação (LO), que permitirá o início da geração efetiva de energia.
Palmas e a expansão da energia limpa no Paraná
Palmas já abriga o primeiro parque eólico do Sul do Brasil, implantado pela Copel em 1999, com potência de 2,5 MW. Agora, com o Palmas II, o município consolida sua posição como referência regional em energia eólica.
O prefeito Daniel Langaro destacou que o projeto trará impactos diretos para o desenvolvimento econômico local, atraindo novas indústrias e fortalecendo o turismo na região.
O programa estadual RenovaPR, que incentiva a geração distribuída, já estimulou 38 mil novas ligações e R$ 5,8 bilhões em investimentos. Além disso, o Paraná deve receber R$ 1,1 bilhão para a construção de 11 novas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em 15 municípios, o que reforça a posição do Estado como líder em energia renovável no Brasil.