A tarefa de assegurar a continuidade de Abel e as outras missões caberão a Leila Pereira, presidente eleita que será empossada no dia 15 de dezembro. Cabe explicar que todas as decisões extracampo haviam sido paralisadas em razão da final da Copa Libertadores. Agora, com o título assegurado, Leila e os outros dirigentes começam a organizar a casa de olho na próxima temporada.
E isso passa por, além de convencer Abel a ficar, definir as renovações ou não de Felipe Melo e Jailson, buscar reforços, emprestar ou vender alguns jogadores que pouco jogam e decidir se o diretor Anderson Barros continua no cargo.
A pendência mais importante certamente é definir a permanência de Abel. O treinador, que entrou para a lista dos grandes da Libertadores ao ganhar sua segunda taça continental, e isso de forma consecutiva, afirmou na coletiva após a vitória na final que precisa de um tempo para pensar. Embora o português tenha contrato até o final de 2022, sua manutenção não é certa porque está em seu limite físico e mental diante da maratona exaustiva de jogos do futebol brasileiro. São três títulos e seis finais em pouco mais de um ano.
“Não consigo estar na minha máxima capacidade, ter a máxima energia, é desumano o que fazem aqui. Se quiserem crescer, teremos que ter espaço para descansar. Vou parar, refletir e decidir o que for melhor, sobretudo, para o Palmeiras”, avisou. Ele deixa claro que sente falta das filhas e da mulher.
Se Leila convencer a família a se mudar ao Brasil será um passo importante para que o treinador aceite continuar seu trabalho. No início de novembro, ele completou um ano à frente da equipe. “Há um ano disse que era melhor treinador e pior filho, pai e marido. O tempo não tem preço”, explicou.
ANDERSON BARROS – Também não é certo que o discreto Andersson Barros, avesso a aparições midiáticas, siga no clube. O diretor de futebol tem contrato até o fim de dezembro deste ano e ainda não ouviu de Leila se seu vínculo será renovado. Ele dá poucas entrevistas, mas é benquisto entre os atletas e se tornou figura central para resolver problemas internos, como o mau comportamento recente de Luiz Adriano, por exemplo.
Nesta temporada, ele enfrentou críticas de parte da torcida pela ausência de reforços. Ocorre que o presidente Maurício Galiotte mudou a política de gastos em contratações e Barros foi contratado justamente para negociar atletas encostados, não gastar valores vultosos em reforços, como fazia o antecessor Alexandre Mattos.
O atual diretor de futebol, muito mais recluso que seu antecessor, está prestigiado entre o elenco e foi muito elogiado por Abel Ferreira. O português abriu sua última coletiva citando as qualidades de Barros, responsável por reformular o grupo. O clube, de “gastão”, passou a dar oportunidade para jovens talentos oriundos da base.
RENOVAÇÕES – Felipe Melo tem contrato até o fim deste ano e não sabe se continua no clube. Maurício Galiotte havia avisado que não estenderia o vínculo do volante. Mas a decisão cabe a Leila Pereira. Ela indicou que deseja que o capitão palmeirense permaneça. O jogador de 38 anos tem prestígio com Abel Ferreira e quer atuar mais dois anos antes de se aposentar.
“As palavras dele espelham o espírito da equipe. O que ele fala demonstra bem o espírito dos nossos jogadores”, comentou o treinador sobre seu capitão. Se não ficar no Palmeiras, Melo pode ter como destino o Internacional. O clube gaúcho é um dos interessados em contar com o futebol do experiente volante. .
Jailson é outro que tem contrato até dezembro e futuro incerto. É mais improvável que o goleiro reserva fique. Ele já tem 40 anos e a tendência é de que a diretoria busque um jovem para substituir Weverton quando o titular estiver a serviço da seleção brasileira.
REFORÇOS – A austeridade financeira imperou na gestão de Galiotte, mas Leila afirmou que fará o que for possível para montar um elenco forte. “A grande prioridade é sempre lutar por um time vitorioso, que é o que o nosso torcedor quer”, disse a presidente eleita. Um lateral-direito e um centroavante são as prioridades.
Ricardo Goulart e Soteldo são dois nomes que já estão sendo especulados. O primeiro vestiu a camisa do Palmeiras durante um curto período em 2019 e o segundo trocou o Santos pelo Toronto FC, do Canadá, no início deste ano. Ele estaria infeliz jogando a MLS. Certo é que a busca do Palmeiras por contratações estava congelada e deve se intensificar a partir de dezembro.
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