Abel Ferreira preparou algumas alternativas táticas interessantes. Mayke, por exemplo, atuou como um dos três zagueiros, mas muitas vezes marcava como um lateral. Lucas Lima foi posicionado como ala direito, mas basicamente com funções ofensivas e liberdade de movimentação. Maurício Barbieri também mostrou suas alternativas: três zagueiros, quatro jogadores no meio de campo e três no ataque.
As duas equipes também mostraram uma característica comum: a pressão na marcação desde a saída de bola do adversário. A forte marcação do Braga, também em seu campo de defesa, dificultava uma das jogadas preferidas do Palmeiras: o contra-ataque. O time da capital até tentava as jogadas em velocidade, mas não conseguia realizá-las com eficiência.
O Bragantino também não encontrava espaços, tentava avançar na base do toque de bola, mas não conseguia ser objetivo. Invariavelmente, seus jogadores eram desarmados na intermediária.
Esse panorama tático fazia com que as chances de gol praticamente inexistissem. A primeira foi aconteceu com 19 minutos de partida, foi do Palmeiras, bastante perigosa, e saiu na sequência de uma falta em que a defesa do Bragantino desviou a bola para escanteio. Na cobrança, a bola sobrou na segunda trave para Danilo, que bateu forte, mas acertou o travessão.
A resposta do Bragantino, nove minutos depois, foi na mesma moeda. Artur cobrou o escanteio aberto, fora da área, Claudinho acertou um belo voleio, mas a bola foi no travessão; no rebote, Edimar cabeceou torto, para fora.
Danilo voltou a perder um gol aos 34 minutos, chutando de fora da área, após erro do goleiro Cleiton, que cedeu um lateral e pegou sua defesa desprevenida. Mas se recuperou ao defender o chute do volante. Pouco depois, em cruzamento de Viña, Wesley cabeceou para fora.
O trabalho dos alas dava ao Palmeiras um pouco mais de volume que o Bragantino. Isso porque Viña conseguia aproveitar os espaços existentes no lado direito da defesa do time de Bragança – Lucas Lima não era tão produtivo, mas Wesley compensava. Do outro lado, Aderlan e Edimar ficavam mais presos e faltava alternativa de jogada.
Ainda assim, a última grande oportunidade do primeiro tempo foi do Braga, em falta cobrada por Claudinho, mas o meia errou o alvo.
A primeira jogada da etapa final, um cruzamento de Willian após cobrança de falta em que a zaga evitou quase em cima da linha a conclusão de Danilo, foi a mostra de que o Palmeiras buscaria ser mais incisivo. O Bragantino não encontrava maneiras de armar jogadas, tentava os passes longos e todos eram infrutíferos.
Posicionando-se de maneira bem adiantada em campo, o Palmeiras passou a dominar mais claramente. Ainda assim tinha dificuldade de penetrar na área adversária e tentava as conclusões da entrada da área. Danilo Barbosa, Danilo e Wesley, por exemplo, chutaram torto seguidamente.
O Bragantino caiu muito de produção, passou a errar muitos passes. Abel, percebendo o bom momento, deu novo gás ao ataque do Palmeiras, colocando os titulares Rony e Luiz Adriano. E foi a dupla, com ajuda de Scarpa, que colocou o Alviverde na frente.
Em uma cobrança rápida de falta ainda no campo do Palmeiras, Luiz Adriano lançou Scarpa, que invadiu e acertou o travessão após a bola tocar no goleiro Cleiton; no rebote, Rony mergulhou e marcou de cabeça.
Vantagem obtida, Abel tratou de dar mais fôlego e segurança a seu time, colocando Marcos Rocha no lugar de Lucas Lima e Victor Luís no de Viña, que tinha cartão amarelo.
A partir desse momento, o Palmeiras não passou mais perigo, teve até uma boa chance de ampliar, mas conseguiu o resultado que precisava. De ruim, apenas a contusão muscular de Marcos Rocha, que deixou o campo antes do final da partida.
FICHA TÉCNICA
RED BULL BRAGANTINO X PALMEIRAS
RB BRAGANTINO – Cleiton; Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Ligger; Aderlan, Ramires (Ryller), Lucas Evangelista (Helinho) e Edimar (Luan Cândido); Claudinho, Artur e Ytalo (Gabriel Novaes).
Técnico: Maurício Barbieri.
PALMEIRAS – Weverton; Mayke, Gustavo Gómez e Renan; Lucas Lima (Marcos Rocha, depois Luan), Danilo, Danilo Barbosa, Scarpa e Viña (Victor Luís); Wesley (Rony) e Willian (Luiz Adriano).
Técnico: Abel Ferreira.
GOL – Rony, aos 32 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Raphael Claus.
CARTÕES AMARELOS – Viña, Lucas Evangelista, Maurício Barbieri, Ligger, Abel Ferreira
LOCAL – Estádio Nabi Abi Chedid.
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