Depois de uma campanha irregular na primeira fase do Paulistão, quando teve calendário apertado por causa dos compromissos por Recopa Sul-Americana, Supercopa, Paulistão e Libertadores, o Palmeiras embalou e chegou à final em um momento de ascensão. São sete vitórias consecutivas (Santo André, Defensa y Justicia, Santos, Ponte Preta e Independiente del Valle, Bragantino, Corinthians). É a melhor marca da era Abel Ferreira até agora. Na temporada, o Palmeiras ainda não foi derrotado atuando fora de casa na temporada (nove vitórias e três empates).
Diante do arquirrival, o Palmeiras também mostra supremacia. O time de Abel Ferreira não perdeu nos últimos quatro clássicos em Itaquera (dois empates e duas vitórias). É o visitante com mais triunfos no estádio (cinco). Portanto, é o visitante mais indigesto do estádio de Itaquera. A última derrota do time alviverde foi no dia 22 de julho do ano passado, na primeira fase do Estadual.
Eliminado da Copa Sul-Americana, o Corinthians começa a fazer planos para o Campeonato Brasileiro. Nos próximos dias, a pressão deve aumentar sobre o técnico Vagner Mancini, que foi dominado no clássico e acumulou jogos ruins ao longo da temporada.
Os dois times escalaram suas formações titulares na semifinal. Para substituir Fagner, nome importante no esquema de três zagueiros de Mancini e que foi diagnosticado com covid-19, o Corinthians apostou no jovem Luis Mandaca. Foi só seu terceiro jogo como profissional. O posicionamento do time foi o esperado: Mandaca aberto pela ala direita, a linha de três zagueiros e a centralização de Gabriel e Ramiro. Na visão de Mancini, esse é o jeito de jogar mais eficaz.
O Palmeiras começou a mostrar seu lado mais letal aos 11 minutos. Raphael Veiga cruzou rasteiro e Rony chutou cruzado. No rebote de Cássio, Victor Luis abriu o placar. Reserva de Viña, o lateral fez apenas o primeiro gol na temporada. O gol do time alviverde foi um castigo para o Corinthians, que havia chegado com perigo com um chute de Luan no lance anterior.
Mais do que isso, o gol evidenciou os problemas de marcação do lado direito do Corinthians, principalmente entre João Vitor e Mandaca. Por ali, o visitante aproveitou os espaços com velocidade e mostrou seu lado objetivo e mordaz. Foi por esse mesmo setor que Victor Luis acertou a trave aos 24 minutos.
A vantagem no placar deixou o Palmeiras ainda mais confortável para jogar do jeito que gosta: marcando forte e aproveitando os espaços com velocidade. Por outro lado, o Corinthians foi obrigado a criar e inventar jogadas diferentes, um desafio para a maneira de o time atuar. Luan costuma ser o principal articulador, mas teve jornada indiscreta.
Embora tenha conseguido desfazer a péssima impressão deixada após a goleada para o Peñarol, o Corinthians criou pouco. Conseguiu chegar ao gol de Weverton apenas em chutes e fora da área. Cauê, centroavante do time, pouco participou do jogo, pois a bola não chegava. Mérito da perfeita marcação palmeirense.
A saída encontrada pela comissão técnica foi trocar Cauê e Mandaca por Gustavo Silva e Mateus Vital. O Corinthians ganhou velocidade pelos lados do campo, mas não criou chances de gol. Confortável, o Palmeiras passou a apostar nos lançamentos longos. A armadilha estava armada para definir o clássico. E ela funcionou aos 30 minutos, com o lançamento de Zé Rafael. Após tabela com Rony, Luiz Adriano finalizou bem: 2 a 0.
O Corinthians esboçou reação apenas no final do jogo. Gustavo entrou driblando na área e foi derrubado por Danilo. Na cobrança, Luan acertou o travessão. A cobrança desperdiçada refletiu a inferioridade do Corinthians na semifinal.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 0 X 2 PALMEIRAS
CORINTHIANS – Cássio; João Victor, Raul e Jemerson (Gil); Mandaca (Mateus Vital), Gabriel, Ramiro (Léo Natel), Luan, Otero (Jô) e Lucas Piton; Cauê (Gustavo Silva). Técnico: Vagner Mancini.
PALMEIRAS – Weverton; Luan, Gómez e Renan; Mayke, Felipe Melo (Danilo), Patrick de Paula, Raphael Veiga (Zé Rafael) e Victor Luis (Viña); Rony e Luiz Adriano (Danilo Barbosa). Técnico: Abel Ferreira.
GOLS – Victor Luis, aos 11 minutos do primeiro tempo e Luiz Adriano, aos 30 minutos do segundo.
CARTÕES AMARELOS – Ramiro, Gabriel, Otero, Luan.
CARTÕES VERMELHOS – João Victor e Zé Rafael.
ÁRBITRO – Flávio Rodrigues de Souza.
LOCAL – Neo Química Arena.
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