“O ajuste sazonal teve algum tipo de quebra estrutural desde a pandemia”, disse Lobo.
O pesquisador ressalta que não há nada de errado com o modelo de ajuste sazonal e que “está certíssimo”, mas comportamentos atípicos de consumo ao longo da pandemia podem explicar, por exemplo, quedas intensas nos serviços prestados às famílias nos meses de julho, dezembro e janeiro, tradicionalmente meses de férias escolares.
“E essa taxa mais positiva no mês de fevereiro pode ter sido a ver com uma dificuldade do modelo de entendimento”, apontou Lobo. “Páscoa, carnaval, todos esses pontos estão inseridos e não podem ser expurgados na série. Esse é o modelo que foi proposto, a gente segue com ele”, completou.
O pesquisador sugere que a série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços seja lida sob uma perspectiva de mais longo prazo ou em outro tipo de comparação, como a da média móvel trimestral ou a que se refere ao mesmo mês do ano anterior.
“Nesse modelo de ler um contexto absolutamente atípico que a gente está vivenciando, e a leitura melhor dos dados é a vista num prazo mais alongado”, defendeu.
Com o avanço de fevereiro, os transportes passaram a operar 2,8% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, enquanto os serviços prestados às famílias ainda estavam 23,7% abaixo. Os serviços de informação e comunicação estão 2,6% acima do pré-pandemia, e o segmento de outros serviços está 1,0% além. Os serviços profissionais e administrativos estão 2,0% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.
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