Nos últimos 12 meses, o Pantanal já enfrentou 9.014 focos de incêndio, um aumento significativo em relação aos 1.298 registrados no mesmo período do ano anterior.
Apenas nesta quinta-feira (20), 238 focos de incêndio foram registrados no Pantanal pelo Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa uma alta nas ocorrências após uma ligeira redução. O pico mais recentemente observado chegou a 421 pontos entre os dias 14 e 15 de junho.
Além do aumento no número de incêndios, destaca-se também a preocupante antecipação de um problema que, nos anos anteriores, costumava intensificar-se apenas a partir de agosto.
Sendo o Pantanal a maior área úmida contínua do planeta, chama atenção que os impactos crescentes do El Niño nas mudanças climáticas já se refletiram no volume dos rios que atravessam a região. Em maio, a Agência Nacional de Águas (ANA) já havia alertado para a baixa disponibilidade hídrica na Bacia do Paraguai.
Uma sala de situação para ações preventivas e de controle contra incêndios e secas foi criada na última sexta-feira, 14, e anunciada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. A região do município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, foi definida pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, como a mais crítica.
“Pela primeira vez, o Pantanal fica totalmente seco no primeiro semestre. Já contratamos mais de 2 mil brigadistas para trabalhar em todo o país, com foco inicial no Pantanal e na Amazônia”, disse Rodrigo Agostinho.
A rede de pesquisa MapBiomas publicou recentemente um levantamento que mostrou que, proporcionalmente, o bioma mais afetado pelas queimadas nos últimos 39 anos é o Pantanal. Foram 9 milhões de hectares, representando 59,2% do território que abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, foram estabelecidas medidas de prevenção e combate a incêndios pelo pacto firmado entre os governadores dos estados que compõem o Pantanal e a Amazônia e o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA). Entre elas está a suspensão da autorização de queimadas até o final do período de estiagem.
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