Ao longo da semana, o clima no Congresso e nos tribunais superiores foi de tensão e temor por causa de possíveis atos de vandalismo na capital federal. O Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), que monitora eventos públicos, trabalha na definição de estratégias de segurança de autoridades e dos locais públicos da região central no dia da manifestação.
As providências tratadas envolvem reforço de agentes no entorno do Supremo Tribunal Federal (STF) – principal alvo de ataques de Bolsonaro e de seus apoiadores – e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o fechamento da Praça dos Três Poderes, onde fica a sede da Corte.
O trânsito deverá ser interditado na Esplanada dos Ministérios, que dá acesso à praça. Em grandes manifestações anteriores, pelo menos mil policiais foram mobilizados, incluindo equipes de atiradores especiais que costumam se posicionar nas coberturas dos prédios.
A disposição da PM do Distrito Federal para agir com firmeza contra eventuais bolsonaristas radicais é vista com desconfiança no Supremo, na Câmara e no Senado, já que o governador Ibaneis Rocha (MDB) é alinhado a Bolsonaro.
Bolsonaro pretende discursar pela manhã, em Brasília, e seguir com uma comitiva para fazer o mesmo em São Paulo, à tarde. Autoridades temem um ataque semelhante ao que ocorreu no Capitólio, nos EUA, e dizem que o principal anteparo só poderá ser feito pela PM comandada por Ibaneis.
Ibaneis assinou o decreto das promoções na semana passada. Agora, em vez de 53 promoções de policiais, em 2021, serão 2.495, de praças a oficiais, sem contar os bombeiros. A medida representa um incremento salarial de pelo menos R$ 200 a policiais já com a maior faixa de renda entre todas as unidades da Federação. Metade da tropa ganha pelo menos R$ 10,8 mil, segundo dados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública.
Para a assinatura do decreto das promoções, Ibaneis reuniu secretários, deputados distritais e federais e até a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda. “Estive com os governadores e todos mostrando muita preocupação com os eventos do 7 de setembro que se anunciam muito difíceis. Eles estão preocupados com a insurreição das tropas. Eu disse de forma muito tranquila: aqui no DF não temos esse problema.”
‘Demandas’
Presidente do Clube dos Bombeiros Militares do Distrito Federal, o subtenente Jair Dias minimizou a assinatura do decreto às vésperas dos atos de 7 de Setembro. “Acredito que ele (Ibaneis) alinhou o corpo técnico e as demandas da corporação”, afirmou Dias. “A medida é vista pelos militares de uma forma muito positiva.”
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que realizar manifestação é direito “fundamental” expresso na Constituição. “Toda medida adotada pela Secretaria de Segurança Pública obedece à legislação, que visa assegurar o direito de manifestação e de reunião, a ordem pública e a segurança e integridade dos manifestantes e do patrimônio público.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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