Na semana passada, o preço “spot” do minério com 62% de teor de ferro para entrega na China, referência do produto, acumulou perdas de US$ 30 de terça a quinta-feira, negociado ao menor valor em seis meses. Na sexta-feira, o minério recuperou US$ 7 das perdas, cotado a US$ 140,44 a tonelada, mas o sentimento ainda era de cautela.
Para Bruijn, a desvalorização tem origem nas medidas regulatórias do governo chinês para reduzir a produção de aço, o que resultaria em menor demanda por minério.
“O sentimento era de que a queda estacionaria em algum ponto, mas não foi o que aconteceu. O preço continuou caindo”, diz o executivo. “É algo mais emotivo de um mercado que busca um novo patamar. Não sei dizer se o próximo movimento vai ser de mais uma queda de 20% ou uma alta de 20%.”
Apesar da baixa recente, a commodity permanece negociada acima dos valores de antes da pandemia. Em fevereiro de 2020, o produto era vendido perto de US$ 80 a tonelada, quase a metade da cotação de sexta-feira. O avanço seria resultado de um mercado “apertado”, fruto da pouca oferta adicional de minério no mundo e uma demanda crescente, sobretudo das siderúrgicas da China.
Bill explica que a oscilação de preços acaba refletida no balanço financeiro, uma vez que a companhia não “trava” a cotação em operações de hedge. A Anglo American deve produzir, neste ano, de 24 a 25 milhões de toneladas de minério de ferro no sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro (MG). A produção é exportada, sobretudo, para China, Coreia do Sul, Taiwan e Oriente Médio.
Investimentos
As incertezas não devem afetar o plano de investimentos no país. Segundo Bill, estão sendo investidos US$ 200 milhões no sistema Minas-Rio, que, além da mina, conta com uma planta de beneficiamento e um mineroduto de 529 quilômetros de extensão até o Porto de Açu, no Rio. No ano que vem, serão mais US$ 250 milhões investidos para aprimorar a operação e a manutenção da operação.
A unidade brasileira da Anglo trabalha ainda para cumprir, neste ano, a meta de utilizar 100% de energia renovável em suas atividades, incluindo uma parcela de autoprodução. Segundo ele, hoje, 96% da energia consumida pela operação local é renovável, entre eólica e solar. Para atingir a meta de 100%, a empresa aguarda apenas o vencimento de um contrato mais antigo de energia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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