Campos Neto voltou a mencionar que há gargalos na oferta de bens, mas que não é homogêneo entre os setores.
Também repetiu que há mudança estrutural com a agenda de economia verde, que demanda mais commodities metálicas. “Para atingir crescimento mais verde, em parte preciso ser marrom.”
Afirmou que as commodities seguem em patamares altos, mas que a autarquia vê “certa acomodação” nesses preços.
Ele ainda reconheceu que o Brasil tem inflação alta, mas está próximo de países pares, como Rússia e Índia. “Brasil tem coisas particulares, mas tem processo de alta de inflação generalizada.”
Sobre a parte fiscal, Campos Neto afirmou que o Brasil é um dos países mais endividados do mundo.
Percepção ‘nublada’
O presidente do Banco Central afirmou que a percepção sobre a economia brasileira está “nublada” pelo ruído do dia a dia. “Há diferença entre percepção e realidade”, disse, no seminário no qual também está presente o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
No início de sua apresentação, Campos Neto citou uma conversa recente com um organismo internacional em que foi comentado que o Brasil está “parado”.
O presidente do BC disse que então questionou o interlocutor sobre qual país teria feito reformas estruturantes na pandemia, como o Brasil.
Campos Neto também disse que ficou empolgado com discurso de Lira, com “mensagem forte de fiscal.”
Crise hídrica
O presidente do Banco Central reconheceu que as notícias em relação à crise hídrica são preocupantes para a inflação. “O IPCA está rodando bastante alto na ponta. Tem notícias na parte hídrica que precisamos enfrentar. É a maior crise em 60, 70, 80 anos, que influencia e preocupa na parte de inflação”, disse.
Campos Neto ainda repetiu que o BC tem preocupação com a inflação de serviços, que começa a subir. O presidente do BC mencionou que a confiança dos agentes está acima de níveis pré-pandemia, com exceção da relativa ao consumidor e que o emprego informal tende a voltar com reabertura de economia e serviços.
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